Os incêndios nos canaviais do Brasil na semana passada ajudaram a empurrar os preços globais do açúcar para o máximo em cinco semanas e aumentaram os problemas para a próxima colheita (2025/26) no centro-sul do país, que enfrenta uma grave seca.
Os incêndios no Estado de São Paulo, apesar dos danos causados pelas chamas serem limitados, são mais um fator negativo para o maior produtor de açúcar do mundo.
Especialistas disseram que as usinas perderão parte da produção de açúcar devido aos incêndios e que haverá problemas nos campos queimados no próximo ano, embora a área afetada pelos incêndios seja relativamente pequena considerando a extensão das culturas no centro-sul.
“Não se trata realmente de danos (incêndios), mas é um sinal de alerta para o estado da segunda metade da colheita e um alerta para a colheita de 2025/26”, disse o corretor de açúcar com sede em Nova Iorque, Michael McDougall.
Cerca de 80 mil hectares de canaviais foram queimados na semana passada, segundo dados da Organização das Associações Brasileiras de Produtores de Cana (Orplana). Isso representa pouco mais de 1% da área canavieira do Centro-Sul, que é de 7,65 milhões de hectares.
Parte da cana queimada provavelmente terá de ser replantada após os incêndios, disse o presidente-executivo da Orplana, José Guilherme Nogueira, o que provavelmente prejudicará a produtividade em 2025.
“É preciso analisar a soca (brotos ou rebrota). Aquela cana queimada que tinha dois, três meses, claro que essa cana vai perder e vai crescer de novo”, disse Nogueira.
“Mas se o fogo fosse muito intenso, você não conseguiria nem crescer novamente. Temos que replantar aquele canavial, obviamente esse efeito terá um grande impacto na próxima safra.”
Ele estimou que, dos 80 mil hectares queimados, 40% foram com soqueiras.
A maior preocupação, segundo especialistas, é que os campos continuem extremamente secos, com algumas áreas sem chuva há 160 dias, o que também pode reduzir o potencial de produção do próximo ano. Dezenas de municípios do Estado de São Paulo permanecem em alerta máximo para novos incêndios.
Nesta quinta-feira, a Defesa Civil do Estado de São Paulo emitiu alerta para o alto risco de incêndios em quase todo o Estado nos próximos dias. Entre sexta e domingo, as temperaturas voltam a subir e a umidade relativa do ar deve cair, o que aumenta as chances de incêndios.
“A última vez que tivemos um período de seca tão prolongado, em 2021, o Centro-Sul perdeu cerca de 80 milhões de toneladas de produção de cana”, disse Tarcilo Rodrigues, diretor da trader Bioagência em São Paulo. Ele acredita que algo semelhante poderá acontecer em 2025, acrescentando que a colheita atual poderá terminar mais cedo.
A produtividade da cana-de-açúcar colhida em julho no Centro-Sul do Brasil atingiu média de 86,6 toneladas por hectare, 12,1% inferior ao mesmo mês da safra passada, com impacto da seca, o que indica um cenário negativo para o volume colhido nos próximos meses da safra 2024/25, segundo levantamento do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) divulgado esta semana.
Arnaldo Correa, sócio da Archer Consulting, acredita que a atual safra de cana-de-açúcar poderá cair para 580 milhões de toneladas, abaixo do consenso de mercado de 600 milhões a 610 milhões de toneladas.
Ele disse que algumas usinas não estão assinando novos contratos para vender açúcar devido à incerteza sobre sua produção futura.
“Teremos um longo período de entressafra no Brasil, do final de outubro a abril”, disse ele. “Com a Índia fora do mercado de exportação e os fundos muito escassos, os preços poderão subir.”
taxa de juros para empréstimo consignado
empréstimo para aposentado sem margem
como fazer empréstimo consignado pelo inss
emprestimos sem margem
taxa de juros empréstimo consignado
consiga empréstimo
refinanciamento emprestimo consignado
simulador empréstimo caixa
valores de emprestimos consignados
empréstimo para funcionários públicos
valores de empréstimo consignado