O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinou nesta quarta-feira (28) contrato com um consórcio de organizações negras para financiar a fundo perdido e capitalizar projetos de valorização da região conhecida como “Pequena África”, no centro região. do Rio de Janeiro.
R$ 10 milhões serão aportados pelo BNDES e virão do seu Fundo Cultural, e outros R$ 10 milhões serão captados por instituições privadas.
O consórcio em questão é formado pelo Centro de Articulação das Populações Marginalizadas (CEAP), PretaHub e Diáspora.Black. Participaram do evento, na sede do BNDES, no Rio, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, a diretora Socioambiental do Banco, Tereza Campello, e o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, além do assessor estratégico do Centro Articulação das Populações Marginalizadas (Ceap), Ivanir dos Santos e representantes das referidas organizações.
A iniciativa faz parte de um plano de ação proposto pelo BNDES no Grupo de Trabalho Interministerial, coordenado pelos ministérios da Cultura e da Igualdade Racial, e motivado pelo reconhecimento do sítio arqueológico do Cais do Valongo como Patrimônio Cultural Mundial pela UNESCO em 2017.
O Brasil recebeu cerca de quatro milhões de africanos escravizados durante mais de três séculos de escravização de negros.
Além de propor ações para fortalecer a memória africana na região, o projeto vencedor do edital irá articular uma rede de instituições do território e mapear outros territórios representativos da memória e do patrimônio africano no Brasil para ações futuras.
A ideia, segundo Campello, é fortalecer a memória viva. Mas há também a intenção de construir um museu.
A promessa de um museu sobre a herança africana e a cultura afro-brasileira foi feita pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, quando assumiu o cargo, em fevereiro de 2023.
Pouco mais de dois meses depois, em maio daquele ano, a instituição anunciou que a inauguração do centro cultural está prevista para 2026.
“As pessoas nos perguntam muito sobre o museu. Vamos fazer toda uma discussão sobre o museu vivo e a reforma arquitetônica. Acabamos ficando paralisados na discussão estrutural, que tem que ser feita e está em construção. Mas queria lembrar que iniciamos algo muito inovador, que vai mudar completamente o resultado final, que é ouvir a região. Estamos entregando hoje, com a assinatura do contrato, o que chamamos de primeira fase”, disse Tereza Campello.
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