O volume de fretes rodoviários realizados no Brasil cresceu 13,9% no primeiro semestre de 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da plataforma Frete.com.
A plataforma online de transporte de cargas na América do Sul aponta que foram registrados 4,8 milhões de embarques entre janeiro e junho deste ano.
Todos os setores analisados pela plataforma registaram um aumento, sendo o mais significativo o da construção (19,3%). O agronegócio registrou aumento de 13,7%, enquanto o transporte de produtos industrializados aumentou 7,2%.
“O período de 2020 a 2022 apresentou distorção no volume de cargas transportadas devido ao efeito Covid. Por um lado, 2020 e 2021 foram anos de menor atividade no transporte rodoviário de cargas e, por outro lado, 2022 foi um ano atípico em função do acúmulo de volume de cargas durante o período Covid”, aponta Federico Vega, CEO da Frete .com.
“Em 2023, o volume de carga volta ao normal e fica mais comparável ao nível pré-Covid. Em 2024, o aumento do volume de cargas transportadas é explicado principalmente pelo bom desempenho da agricultura e da oferta e procura”, explica.
O aumento verificado no semestre deixa para trás um momento de estabilidade observado nos três primeiros meses do ano, quando os fretes aumentaram 0,5%.
“Percebemos que o agronegócio teve muita dificuldade no início de 2024, devido às chuvas torrenciais que afetaram vários estados do Sul e Sudeste, além das ondas de calor que atingiram diversas regiões do país, causando queda na produção”, ele afirma. Vega.
“Mas, por outro lado, os fretes para construção civil e produtos industrializados ajudaram a manter a estabilidade no trimestre”, finaliza o CEO da plataforma.
Cimento e construção civil
A pesquisa destaca o aumento observado nos fretes de cimento, que subiram 34,1% no período. O produto representa 62% dos fretes do setor de construção cadastrados no Frete.com.
“O Sindicato Nacional da Indústria do Cimento [SNIC] divulgou que o setor produziu 30,6 milhões de toneladas de cimento no primeiro semestre de 2024, um crescimento de 1,2% em relação ao mesmo período de 2023. Isso demonstra que, mesmo com um cenário econômico incerto, com altas taxas de juros e endividamento das famílias, o setor da construção civil não parou de crescer e deve continuar assim nos próximos meses”, comenta Vega.
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