Os três estados da região Sul – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – estão entre os cinco mais competitivos do Brasil, segundo a 13ª edição do Ranking Estadual de Competitividade, divulgado nesta quarta-feira (21).
O estudo dá uma pontuação geral em dez pilares temáticos para cada estado: infraestrutura, sustentabilidade social, segurança pública, educação, solidez fiscal, eficiência da máquina pública, capital humano, sustentabilidade ambiental, potencial de mercado e inovação.
Os dados foram compilados pelo Centro de Liderança Pública (CLP), em parceria com a Seall e a Tendências Consultoria, com o objetivo de incentivar os estados a melhorar a gestão e a qualidade das políticas públicas para os cidadãos.
Em primeiro lugar geral ficou o estado de São Paulo, que se manteve na liderança em todas as edições do ranking. A unidade federativa registrou bom desempenho em sustentabilidade ambiental (2º lugar geral), sustentabilidade social (3º lugar), segurança pública (4º) e capital humano (7º).
Outros dois estados da região Sudeste também tiveram bom desempenho – Espírito Santo e Minas Gerais – e estão em primeiro lugar.
Por fim, todos os estados do Centro-Oeste — Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul — e o Distrito Federal, em quarto lugar, completam a lista dos dez estados mais competitivos do ranking.
Para Tadeu Barros, presidente do CLP, o Ranking Estadual de Competitividade é uma ferramenta fundamental para melhorar a gestão pública. Segundo ele, o ranking consolida a prática de avaliar o desempenho dos estados com base em dados e evidências.
Ele ressalta ainda que o objetivo do ranking não é apenas orientar os líderes públicos na formulação de políticas, mas também engajar a população e o setor privado na avaliação dessas políticas.
“O ranking pretende ser uma ferramenta de auxílio ao processo de tomada de decisão de líderes e gestores públicos. Traz um diagnóstico para priorizar, construir políticas públicas, monitorá-las e avaliá-las. Por outro lado, a população também serve como auditor, um cão de guarda, do desempenho do seu governante. E o setor privado também tem olhado muito para os indicadores de ranking para ver onde aloca recursos, para ver onde inicia investimentos, trazendo mais segurança”, disse. CNN.
Desempenho dos estados mais competitivos
Santa Catarina permaneceu em segundo lugar no ranking geral, liderando em capital humano, segurança pública e sustentabilidade social. O estado também ocupa o terceiro lugar em eficiência da máquina pública, infraestrutura e inovação, além de ser o sétimo em solidez fiscal.
O Paraná está em terceiro lugar pelo quarto ano consecutivo. Líder em segurança ambiental, é o segundo em eficiência de máquinas públicas e o quarto em infraestrutura.
O Distrito Federal ocupa o quarto lugar geral pelo terceiro ano consecutivo, ficando em segundo lugar em capital humano, segurança pública e sustentabilidade social. Além disso, está em quarto lugar em educação e em quinto em infraestrutura.
O Rio Grande do Sul ficou em quinto lugar no ranking nacional, sua melhor posição desde 2016. Na comparação com 2023, manteve o primeiro lugar em eficiência das máquinas públicas e subiu para o terceiro em segurança pública. De 2016 a 2024, o estado subiu quatro posições na média do ranking.
Tadeu Barros destacou ainda que, no ranking dos estados, a pontuação final “bruta” é dada com base em 99 indicadores dentro dos dez pilares analisados. Porém, ao desagregar esses dados, é possível perceber que, ao longo dos anos, a diferença entre as pontuações mudou.
“Até o ano passado, o Paraná estava bastante distante de Santa Catarina e de São Paulo, mas agora ficou muito mais próximo. Se pensarmos em uma corrida de Fórmula 1, é como se o Paraná estivesse 15 segundos atrás dos dois líderes. Agora faltam três segundos, então vemos uma aproximação muito próxima. É uma tendência interessante e, olhando atentamente para os rankings, podemos perceber isso”, afirmou.
Espírito Santo surpreende
O estado que mais ganhou posições no ranking nesta edição foi o Espírito Santo, que saltou da 10ª para a 6ª posição. Segundo os dados, os principais destaques positivos vieram de áreas ligadas à economia dos estados, como eficiência da máquina pública, potencial de mercado e capital humano.
Na edição anterior, em 2023, o Espírito Santo já conquistava melhores posições no ranking geral e nos setores. O governador do estado, Renato Casagrande (PSB), disse CNN que a gestão tem focado na melhoria da prestação de serviços à sociedade e o ranking mostra que “estamos no caminho certo”.
“Melhorar o setor público, tornando-o mais eficiente e mais amigo da população é cumprir o nosso objetivo. A melhor forma de transferir renda é oferecendo bons serviços públicos. Estamos focados, de fato, em investir em tecnologia, desburocratizar e construir cada vez mais um bom ambiente de investimentos no estado que ajude a gerar emprego, renda e futuro para as pessoas”, afirmou.
Um dos pontos que fizeram o estado subir no ranking foi a oferta de crédito para pessoa física no Espírito Santo. Segundo Nailson Dalla Bernadina, diretor executivo do Sicoob Central ES e presidente do movimento Espírito Santo em Ação, os cinco maiores bancos de varejo do Brasil, além da atuação do banco estatal e da expansão das cooperativas de crédito, contribuíram para essa expansão .
“Os avanços na educação, na infraestrutura e na gestão pública refletem políticas públicas eficientes, que beneficiam o ambiente de negócios e melhoram a qualidade de vida da população. O avanço no ranking de competitividade é uma prova desse esforço conjunto”, destacou.
Amazonas e Tocantins avançam
O Amazonas é o estado mais competitivo entre os demais estados da região Norte pela sexta vez consecutiva. Nesta edição ocupa o 11.º lugar do ranking nacional, tendo subido três posições desde a edição anterior.
O resultado do estado foi impulsionado principalmente pelo 2º lugar geral em inovação, pilar que melhorou três posições em relação ao ano passado. Além disso, ocupa o 4º lugar em solidez fiscal, 7º em segurança pública e 8º em eficiência do sector público. De 2016 a 2024, o estado subiu seis posições, em média.
Em termos de inovação, o estado perde apenas para São Paulo na posição geral.
O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), comemorou os resultados e disse que isso demonstra “a seriedade do trabalho realizado em áreas fundamentais como inovação, segurança pública e sustentabilidade”.
O CNNLima afirmou que até 2026 a meta é realizar investimentos de mais de R$ 1 bilhão em ciência e tecnologia. “Continuaremos trabalhando para que o Amazonas avance e esteja entre os estados mais competitivos do país nos próximos anos”, afirmou.
Na distribuição por item, outros estados da região também tiveram melhor desempenho, como Tocantins, que ficou em primeiro lugar geral em taxa de crescimento e crescimento potencial da força de trabalho, e em segundo lugar regionalmente e líder geral em potencial de mercado.
Outros estados da região, como Roraima, Acre e Amapá, também estão entre os seis primeiros colocados.
Em termos de solidez fiscal, todos os sete estados avançaram em relação à edição de 2023.
Confira a posição de cada estado no ranking
- São Paulo
- Santa Catarina
- Paraná
- Distrito Federal
- Rio Grande do Sul
- Espírito Santo
- Minas Gerais
- Goiás
- Mato Grosso do Sul
- Mato Grosso
- Amazônia
- Paraíba
- Rio de Janeiro
- Ceará
- Tocantins
- Rondônia
- Alagoas
- Sergipe
- Pernambucano
- Piauí
- Para
- Maranhão
- Rio Grande do Norte
- Bahia
- Acre
- Amapá
- Roraima
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