O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deve decidir até o final deste ano sobre o pedido de reconsideração feito pela Petrobras para perfuração na Bacia Foz do Rio Amazonas, disse nesta terça-feira (20) o diretor de Licenciamento Ambiental da agência, Cláudia Barros.
“Uma posição será divulgada este ano. É bastante razoável que a análise saia este ano, especialmente dadas as expectativas que foram geradas [sobre a Foz do Amazonas]“, disse ela aos jornalistas, durante evento na Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.
O pedido de reconsideração foi feito pela Petrobras no ano passado, depois que o Ibama negou em maio de 2023 um pedido para que a empresa perfurasse na região que tem grande potencial para exploração de petróleo, mas também enormes desafios socioambientais.
O diretor destacou ainda que uma greve no Ibama, encerrada na semana passada, afetou a análise da demanda da Petrobras na Foz do Amazonas.
Segundo ela, a avaliação já estaria concluída se não fosse a mobilização dos servidores.
Barros acrescentou que, neste momento, técnicos do Ibama avaliam informações fornecidas pela Petrobras sobre o impacto de uma campanha exploratória da estatal na fauna da região.
O diretor do Ibama lembrou que, caso o pedido seja negado novamente, a Petrobras poderá apresentar uma nova demanda ao órgão ambiental.
A Petrobras conta com apoio da indústria e do governo para avançar a exploração na região. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem defendido o direito do país de conhecer as reservas da região.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, que assumiu o cargo em maio passado, também é defensora da exploração da área localizada na Margem Equatorial Brasileira, que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá.
Já foi realizada uma reunião para discutir o tema entre Chambriard, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e a ministra do Ambiente, Marina Silva, segundo fontes familiarizadas com as discussões.
Uma região da Guiana, com geologia semelhante à da Foz do Amazonas, já está sendo explorada com sucesso por petrolíferas internacionais. Isto tem sido usado como argumento pelos defensores da exploração do litoral norte do país.
A greve prolongada dos trabalhadores do Ibama continua impactando a produção de petróleo do Brasil, e a situação deve voltar ao normal dentro de duas semanas, disse o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), Roberto Ardenghy, na semana passada.
Segundo ele, a perda de produção foi de 120 mil barris por dia, ante 200 mil bpd calculados anteriormente.
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