O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que as propostas tributárias dos dois candidatos à presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris e Donald Trump, são motivo de preocupação em escala global, por serem “relativamente” frouxas . O chefe da autoridade monetária destacou ainda que as promessas de campanha podem pressionar a economia americana e o mundo.
Em audiência na Comissão de Tributação e Finanças (CFT) da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (13), o banqueiro central destacou que há um conjunto de promessas de campanha “que nos levam a acreditar que a inflação americana será maior” . Ele listou, além dos impostos, taxas de importação e políticas anti-imigração.
“Fizemos alguns estudos sobre o que aconteceria se 7,5 milhões de pessoas fossem deportadas dos EUA, vemos que a inflação sobe bastante rapidamente […] e também o que aconteceria, em termos de inflação, se houvesse uma tarifa de 10% sobre todas as importações. Vemos que a inflação está aumentando 1,1% [nos EUA]”, afirmou.
Em relação aos impostos de importação, a principal preocupação é em relação à China. Segundo Campos Neto, devido à mudança no modelo económico do gigante asiático, agora mais centralizado nas exportações e mais focado na electrificação, os EUA e a Europa têm pensado em aumentar os impostos sobre os produtos chineses como forma de proteger a indústria nacional.
Dessa forma, o banqueiro central considerou qual seria o impacto no Produto Interno Bruto (PIB) chinês, o que poderia refletir diretamente no mercado brasileiro.
“O modelo de exportação da China, tal como está hoje, é direccionado, e boa parte dele é esta parte da electrificação. […] Não é à toa que estamos vendo muitos carros elétricos no Brasil e em outros lugares do mundo. Mas o mundo começou a reagir a este modelo. Então, o mundo está impondo tarifas de importação”, disse ele.
“Alguns estudos mostram que se os EUA e a Europa impuserem tarifas à China, poderá haver uma queda relativamente grande no crescimento da China e isso afetará muito o mundo emergente e afetará muito o Brasil também”, pontuou.
Promessas de campanha
Entre as promessas de campanha em comum entre Kamala e Trump estão o aumento do salário mínimo nos EUA, atualmente em US$ 7,25 por hora trabalhada (cerca de R$ 39,80) e a isenção de impostos sobre gorjetas por serviços e hospitalidade. Atualmente, os trabalhadores que recebem gorjeta podem ter seus salários reduzidos em mais da metade devido ao imposto de renda.
“É um ponto mais recente, mas as pessoas ainda não entendem o que significa e o que pode significar. Nem sempre as promessas de campanha são cumpridas, e isso pode significar que será mais difícil para os EUA trabalharem com uma inflação muito mais baixa e consequentemente terem taxas de juros muito semelhantes às que tinham antes da pandemia, que é o que o mundo gostaria de ver hoje”, destacou Campos Neto.
A inflação norte-americana afeta especialmente o desempenho da Bolsa de Valores brasileira, o Ibovespa, encarece os produtos importados, afeta o fluxo de capital estrangeiro para o país, bem como as taxas de juros e de câmbio.
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