Os líderes chineses sinalizaram nesta terça-feira (30) que as medidas de estímulo necessárias para atingir a meta de crescimento económico deste ano serão direcionadas aos consumidores, desviando-se do seu hábito de despejar fundos em projetos de infraestruturas.
A segunda maior economia do mundo não cumpriu as previsões de crescimento para o segundo trimestre e enfrenta pressões deflacionistas, com as vendas a retalho e as importações a registarem um desempenho significativamente inferior ao da produção industrial e das exportações.
O Politburo, o principal órgão de decisão do Partido Comunista Chinês, prometeu no final da sua reunião de Julho fazer “ajustes anticíclicos” durante o resto de 2024 para atingir uma meta de crescimento económico de aproximadamente 5% para o ano.
“A reunião enfatizou que é necessário focar no aumento do consumo para expandir a procura interna”, afirmou a agência oficial de notícias Xinhua.
O Politburo disse que as medidas devem aumentar o rendimento dos residentes “através de múltiplos canais” e aumentar a “capacidade e vontade” de gastar dos grupos de baixos e médios rendimentos.
O órgão apelou ainda a medidas para melhorar o bem-estar dos idosos e das crianças e “tecer uma rede de segurança social densa e sólida”.
Como esperado, não foram anunciadas medidas específicas, mas a liderança comprometeu-se a “lançar um conjunto de medidas políticas incrementais em tempo útil”.
Ao fazer referência ao rendimento e ao bem-estar social, o organismo acenou com as medidas defendidas por alguns economistas que há muito argumentam que o modelo económico da China depende fortemente do investimento e produziu muito mais dívida do que crescimento nos últimos 15 anos.
Os analistas disseram que a última leitura do Politburo continha mais referências ao consumo das famílias do que as leituras anteriores, mas isto não aponta necessariamente para uma nova agenda de mudanças estruturais para reequilibrar a economia.
O resumo da reunião também proporcionou um espaço proeminente para a procura de “novas forças produtivas”, um termo cunhado pelo Presidente Xi Jinping no ano passado que prevê investigação científica e atualizações tecnológicas para o maior complexo industrial do mundo.
Isto sugere que Pequim está a manter as suas prioridades do lado da oferta, disseram os analistas.
Pequim utiliza a reunião do Politburo de Julho para recalibrar as políticas económicas para o resto do ano, e não como um fórum para discutir objectivos a longo prazo.
Uma reunião partidária diferente entre 15 e 18 de Julho, que ocorre aproximadamente duas vezes por década, apontou mais para a continuidade da política económica do que para mudanças estruturais.
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