Para especialistas consultados pela CNN, os dados de arrecadação divulgados pela Receita Federal nesta quinta-feira (25) levam a duas conclusões: que o governo teve sucesso no aumento da arrecadação; e que o aumento desenfreado das despesas impediu-o de traduzir as elevadas receitas na consecução da meta fiscal.
De janeiro a junho de 2024, a receita atingiu R$ 1,28 trilhão, representando um aumento real de 9,08%. O aumento foi impulsionado pela aceleração da economia e do mercado de trabalho, além de desonerações fiscais e medidas aprovadas no Congresso no ano passado, como a tributação de fundos offshore e fechados.
“Do ponto de vista da receita, o governo fez um bom trabalho. Quando você olha o enquadramento, a parte da receita ele cumpriu”, disse Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter.
Murilo Viana, especialista em contas públicas da GO Associados, destaca que apesar da dinâmica da receita ser positiva, ainda fica aquém do projetado pela gestão federal. “Arrecadação sobe menos do que o governo esperava, apesar de forte”, disse.
Na perspectiva dos consultados, porém, o governo foi obrigado a formalizar um contingenciamento de R$ 2,8 bilhões no Orçamento devido à dinâmica das despesas, que aumentaram mais de R$ 20 bilhões em relação ao que a gestão projetava no início do ano. ano.
A contingência é utilizada quando há um descompasso entre as receitas e as despesas esperadas. Ou seja, mesmo o crescimento significativo das receitas não foi suficiente para superar o aumento das despesas. A meta primária de resultado da gestão federal é zero (neste caso, equivalência entre gastos e receitas).
“O que falta é trabalho na parte de despesas. Temos visto um crescimento muito maior tanto nas despesas obrigatórias quanto nas discricionárias”, disse Rafaela Vitória.
Entre as despesas, o maior vilão são as obrigatórias, segundo especialistas. O crescimento acima do esperado nas obrigações que o governo não pode deixar de cumprir obrigou ao bloqueio de R$ 11,2 bilhões em despesas discricionárias —aquelas sobre as quais a gestão tem controle.
A principal ação do governo para conter esse avanço é a revisão dos benefícios sociais, como auxílio-doença, Seguro Defeso e Proagro. Para especialistas, o movimento é positivo, mas o governo precisará olhar a estrutura desses gastos para controlar as despesas, principalmente a partir do ano que vem.
“Do lado das despesas, há uma inconsistência quando olhamos para a política de valorização salarial”, disse Viana. O especialista cita a pressão que essa indexação exerce sobre programas como o BPC (antiga aposentadoria por invalidez), seguro-desemprego e abono salarial.
Rafaela Vitória reitera a percepção de que a política de valorização do mínimo ‘não cabe hoje no Orçamento”. “Precisamos enfrentar novas reformas tanto nas pensões quanto nos benefícios sociais”, disse ela.
Publicado por Danilo Moliterno.
Compartilhar:
taxa de juros para empréstimo consignado
empréstimo para aposentado sem margem
como fazer empréstimo consignado pelo inss
emprestimos sem margem
taxa de juros empréstimo consignado
consiga empréstimo
refinanciamento emprestimo consignado
simulador empréstimo caixa
valores de emprestimos consignados
empréstimo para funcionários públicos
valores de empréstimo consignado