Espera-se que os líderes financeiros do G20 acolham com satisfação a crescente probabilidade de uma “aterragem suave” para a economia global, alertando ao mesmo tempo para os riscos colocados por “guerras e conflitos crescentes” não especificados, de acordo com um projecto de declaração do grupo. pela Reuters nesta terça-feira (23).
Os ministros das Finanças e os chefes dos bancos centrais do G20, reunidos esta semana no Rio de Janeiro, também planeiam sinalizar os riscos de uma recuperação global desigual, dependendo da persistência da inflação, segundo o documento.
“Estamos encorajados pela crescente probabilidade de uma aterragem suave para a economia global, embora subsistam vários desafios”, afirma o projecto de declaração, referindo-se a um cenário em que a inflação é controlada sem desencadear uma recessão dolorosa ou um salto acentuado. desemprego.
Ao evitarem menções explícitas aos conflitos na Ucrânia e em Gaza, os diplomatas procuram contornar as diferenças entre a Rússia e as principais nações ocidentais que tornaram impossível chegar a um consenso na reunião de chefes financeiros em Fevereiro.
Os negociadores brasileiros disseram na semana passada que o G20 concordou em deixar os debates geopolíticos fora de uma declaração conjunta, a fim de se concentrar na cooperação económica para lidar com questões como a pobreza global, as alterações climáticas e as crises da dívida em nações menos ricas.
“A actividade económica provou ser mais resiliente do que o esperado em muitas partes do mundo, mas a recuperação tem sido altamente desigual entre os países, contribuindo para o risco de divergência económica”, afirma o projecto de declaração.
O documento destacou que os riscos para as perspectivas económicas permanecem globalmente equilibrados, com a desinflação mais rápida do que o esperado e as inovações tecnológicas citadas entre os riscos ascendentes.
Por outro lado, o documento apontou riscos negativos, como a escalada de conflitos, a fragmentação económica e a inflação persistente que mantém as taxas de juro mais elevadas por mais tempo.
Em linha com o enfoque da presidência brasileira na desigualdade global, o projecto de declaração alertava que “as alterações climáticas poderiam agravar substancialmente os desafios da desigualdade” e destacava “sobre-endividamento” em “vários países de baixo e médio rendimento”.
O projecto de documento também intensificou a linguagem que apela à reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI), citando a “urgência e importância do realinhamento das quotas para melhor reflectir as posições relativas dos membros na economia global”.
Um apelo à resistência ao proteccionismo, embora pouco alterado em relação ao resumo presidencial de Fevereiro do Brasil, foi citado separadamente num parágrafo autónomo do projecto de comunicado.
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