Os investidores da área de infraestrutura – energia elétrica, telecomunicações e saneamento básico – fazem uma ofensiva final por mudanças no sistema de “cashback” antes de votar o projeto de lei complementar que regulamenta a reforma tributária.
A emenda constitucional promulgada no final do ano passado prevê um mecanismo de reembolso de impostos para famílias de baixa renda sobre determinados bens e serviços.
Terão acesso ao benefício famílias com renda per capita de até meio salário mínimo cadastradas no Cadastro Único de programas sociais.
As operadoras de telecomunicações, por exemplo, querem a restituição de 50% do CBS (que substituirá os impostos federais) e de 20% do IBS (de responsabilidade estadual e municipal) sobre seus serviços.
Com isso, buscam a igualdade com os serviços de energia elétrica e saneamento básico. Pela proposta do governo, as teles foram incluídas em outros serviços, que têm um “cashback” previsto de 20% tanto para CBS quanto para IBS.
Segundo a Conexis (associação das operadoras de telecomunicações), mais de 30 milhões de brasileiros ainda não têm conectividade – principalmente por falta de renda suficiente.
Portanto, o “cashback” ampliado é uma ferramenta importante para promover a inclusão digital.
Durante a PEC, as empresas de saneamento básico não puderam se candidatar para integrar a lista de setores com regimes tributários diferenciados.
Na época, a Abcon (associação das concessionárias privadas de saneamento) alertou que o novo sistema de tributação poderia encarecer as tarifas de água e esgoto em até 18%.
O projeto regulatório elaborado pelo governo e enviado ao Congresso Nacional prevê “cashback” de 50% do CBS e 20% do IBS para as contas de água e esgoto das famílias de baixa renda.
Isto representa um alívio relevante para o orçamento das famílias mais pobres, mas trouxe um novo drama para os operadores de serviços de saneamento.
Com tarifas e receitas, tendem a ter desequilíbrio de caixa. Uma forma de resolver o problema é haver um reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos.
Obstáculo: o saneamento básico é um serviço fiscalizado e regulamentado por mais de 90 órgãos reguladores municipais, regionais ou estaduais. A ANA, agência federal, aplica apenas padrões de referência – que não são vinculativos.
“Nosso setor tem uma regulamentação muito fragmentada. Não é como a eletricidade ou as telecomunicações, que têm uma única agência reguladora federal. São agências com estruturas e capacidades muito diferentes para lidar com esses processos de reequilíbrio contratual, o que aumenta a imprevisibilidade”, disse à CNN a diretora executiva da Abcon, Christianne Dias Ferreira.
A solução defendida pelas concessionárias de saneamento é a previsão, já no texto da reforma tributária, de reajuste automático das tarifas para compensar a perda de receita dos consumidores beneficiários do “cashback”.
Caso contrário, argumenta Christianne, haverá perda de capacidade das empresas de realizar investimentos num período em que as concessionárias terão que investir dezenas de bilhões de reais na universalização dos serviços.
O marco legal do saneamento básico, que completa quatro anos neste mês, exige cobertura de 99% do abastecimento de água potável e de 90% do esgoto tratado até 2033 —dependendo do caso, esse prazo pode ser estendido até 2040.
A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) também tem cobrado mudanças no “cashback” das contas de luz. O reembolso está previsto nos mesmos percentuais das operações de água e esgoto.
O diretor institucional e jurídico da Abradee, Wagner Ferreira, lembra que a tarifa social de energia beneficia aproximadamente 17 milhões de famílias de baixa renda cadastradas no Cadastro Único. Este mesmo grupo terá direito ao reembolso de 50% do CBS e 20% do IBS.
O que as distribuidoras defendem é que a restituição dos impostos após o pagamento das contas de luz, com aumento das faturas devido a mudanças no sistema tributário, gera riscos desnecessários de inadimplência.
“Para evitar que a dinâmica de garantia do benefício se torne um desafio para essas famílias, é fundamental que as regras do cashback sejam definidas de forma clara e simples, prevendo o reembolso integral, instantâneo e simultâneo com o pagamento da conta, ou seja , no momento da cobrança pela operação”, afirma o executivo.
Compartilhar:
taxa de juros para empréstimo consignado
empréstimo para aposentado sem margem
como fazer empréstimo consignado pelo inss
emprestimos sem margem
taxa de juros empréstimo consignado
consiga empréstimo
refinanciamento emprestimo consignado
simulador empréstimo caixa
valores de emprestimos consignados
empréstimo para funcionários públicos
valores de empréstimo consignado