A indústria brasileira registrou faturamento recorde de R$ 6,68 trilhões em 2022, segundo a Pesquisa Industrial Anual do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta quinta-feira (26).
Entre os 29 setores das empresas industriais destacados pelo IBGE, o automotivo teve o quarto maior faturamento, representando 7,9% das vendas totais.
Porém, o que chama a atenção é que, em 10 anos, o setor apresentou a queda mais forte da indústria, de 3,4 pontos percentuais (pp).
Desde o início da série histórica, em 2007, o setor automobilístico caiu do segundo maior setor da indústria para o quarto.
“A indústria automotiva tem grande representatividade no resultado total da produção industrial do país, porém, vem enfrentando dificuldades nos últimos anos”, aponta o analista socioeconômico do IBGE, Jefferson Mariano.
“Vale destacar que ao longo do período foram fechadas importantes unidades produtivas, causando impactos em cidades cuja economia girava em torno da atividade”, explica.
General Motors, Mercedes-Benz e Toyota estão entre as montadoras que tiveram que encerrar algumas de suas operações no Brasil.
Em 2020, a Mercedez encerrou a produção de automóveis no país, mantendo duas fábricas que produzem caminhões, cabines e chassis de ônibus.
No ano passado, a montadora alemã fechou turno na unidade de São Bernardo do Campo (SP), justificando o cenário de “juros elevados e dificuldades na concessão de financiamento”.
Outro movimento que chamou a atenção nos últimos anos foi o da Ford, que “saiu da pista” em 2021, após fechar suas três últimas fábricas no Brasil. A montadora já havia anunciado o encerramento da operação em São Bernardo dois anos antes.
Mas há um cenário positivo no horizonte. Com os investimentos recordes anunciados pelas montadoras, a expectativa é de que o setor tenha recuperação nos próximos anos.
Segundo o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, o setor automotivo deverá investir R$ 100 bilhões no país até 2029.
setor de peso
Além dos recordes de vendas, a indústria brasileira registrou em 2022 o maior número de empresas da série histórica da pesquisa, com 346 mil CNPJs.
A indústria também gerou 8,3 milhões de empregos naquele ano, o maior número de pessoas empregadas desde 2014.
“A indústria ainda tem um peso grande na economia brasileira. Além de ter altos índices de formalização de empregos, gera um grande número de empregos indiretos”, aponta Mariano.
O contingente cresceu pelo terceiro ano consecutivo. Contudo, ainda é 8,3% inferior ao recorde registrado em 2013, de 9 milhões de pessoas ocupadas.
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