O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, afirmou que o arroz importado pelo governo federal deve chegar aos supermercados em 45 a 60 dias em embalagem de 5 quilos a R$ 20 para o consumidor final.
“Os licitantes vencedores terão agora cinco dias para dar a sinalização de formalização da compra e depois deverão entregar o produto nos armazéns e silos da Conab para distribuição.”
“A partir do momento em que o arroz estiver no armazém da empresa, os supermercados e atacadistas receberão o produto”, disse Pretto, na tarde desta quinta-feira (6), em coletiva de imprensa da Conab sobre o leilão público de compra de arroz. arroz importado e processado.
E acrescentou: “Garantimos que o produto estará à disposição do consumidor por R$ 4 o quilo e com os critérios de saúde atendidos”.
Na manhã desta quinta-feira, a Conab adquiriu 263,37 mil toneladas de arroz importado e beneficiado em leilão público de compra.
A intenção da Conab era adquirir 300 mil toneladas de cereal importado ao preço máximo de R$ 5 o quilo, ou seja, 88% do volume ofertado foi negociado.
Os lotes comercializados pela empresa tiveram preço mínimo de R$ 4,9899 o quilo e máximo de R$ 5 o quilo, com média de R$ 4,9982 o quilo. A operação custou R$ 1,316 bilhão.
Segundo o presidente da Conab, o arroz terá preço fixo e será embalado com a logomarca do governo federal porque haverá recursos para subsidiar o valor do produto.
“É preciso ter identificação para que não possa ser vendido por mais de R$ 20 o pacote de 5 kg. Por isso é necessário ter a marca do governo federal, porque é um produto subsidiado”, acrescentou.
Pretto descartou a possibilidade de importar outros produtos agrícolas.
“Não esperamos compras externas de nenhum outro tipo de alimento. Acompanhamos o desenvolvimento do safar agrícola e não vemos necessidade de uma boa colheita agrícola. No caso do arroz, realizamos a ação por necessidade”, destacou Pretto.
O presidente da Conab classificou o primeiro leilão de compra pública de arroz importado e beneficiado realizado quinta-feira pela empresa pública foi considerado um sucesso.
“Esse leilão representa a retomada da política de estoques. Esperamos ter uma política de ações públicas ousada no próximo ano. Desde 1987, o Brasil não tem uma operação de leilão como a que se faz hoje”, disse o diretor, em entrevista coletiva.
Ele citou que em 2007 o país tinha 2 milhões de toneladas de arroz armazenadas em armazéns, o que hoje é próximo de zero. “Os estoques ajudam neste momento de preços especulativos e quando o preço do produto está abaixo do preço mínimo do custo de produção”, afirmou.
Pretto afirmou mais uma vez que a compra do cereal importado será escalonada de acordo com a necessidade do mercado. O governo federal autorizou, por meio de Medida Provisória, a compra de 1 milhão de toneladas de arroz importado e beneficiado.
“Tivemos a necessidade de importar arroz para garantir o acesso ao arroz aos trabalhadores brasileiros devido ao aumento do preço do produto após as enchentes no Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% da safra nacional”, acrescentou o diretor -presidente da Conab.
“Se não houver necessidade, não faremos mais compras públicas de arroz. Enquanto houver necessidade de baixar os preços, importaremos arroz para garantir um produto acessível aos consumidores”, assegurou.
A necessidade de internalização do arroz, segundo Pretto, se deve a dois fatores: o aumento de cerca de 14% no preço do produto no varejo, divulgado pelos supermercados brasileiros, e o déficit ajustado entre oferta e demanda.
“Produziremos 10,5 milhões de toneladas e consumiremos 11 milhões de toneladas”, destacou.
O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento avaliou que houve um movimento de politização contra a compra pública de arroz importado pelo governo federal.
“Houve uma politização da questão. Não esperávamos uma mobilização judicial contra as importações de arroz. Por parte do governo não há questão ideológica na medida”, disse Pretto, em entrevista coletiva.
“A medida não é uma afronta aos produtores, mas neste momento precisamos olhar mais atentamente para o consumidor e garantir o arroz com preço acessível aos produtores. O governo não compra arroz à vontade, mas por necessidade”, acrescentou.
O leilão da Conab foi realizado após o governo obter decisão favorável do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que manteve o leilão.
As entidades do agronegócio, por sua vez, ajuizaram ação no Supremo Tribunal Federal contra a importação de até 1 milhão de toneladas de arroz pelo governo federal.
Segundo Pretto, o governo federal, por meio da Advocacia-Geral da União, derrubou oito liminares que previam a suspensão do leilão público para compra de arroz importado.
“Insistimos em realizar o leilão porque a medida foi necessária para garantir a soberania alimentar e devido ao aumento abusivo dos preços e porque cumpriu o rito legal. O governo tinha certeza dos procedimentos”, afirmou o presidente da Conab.
Pretto citou que, em 2011, o governo comprou 1,5 milhão de toneladas de arroz para garantir o preço mínimo do arroz aos produtores quando a produção nacional atingiu 13 milhões de toneladas.
“É uma ação momentânea. Este ano não é uma colheita menor, mas é uma necessidade de consumo”, acrescentou Pretto.
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