Março foi o oitavo mês consecutivo em que a base de investidores pessoas físicas da B3 aumentou, totalizando 5,1 milhões de investidores em renda variável e 17,4 milhões em renda fixa. O número total de investidores na Bolsa de Valores brasileira atingiu a marca de 19,4 milhões de pessoas físicas (descontando a duplicação de investidores que investem em produtos dos dois tipos), um aumento de 2% nos últimos 12 meses.
Desde 2020, a base de investidores cresceu mais de 80%, informou a B3 na última sexta-feira (17).
No ano passado, a renda fixa foi o principal atrativo, com destaque para produtos bancários como CDBs, RDBs, LCIs e LCAs, que conquistaram 1,9 milhão de novos investidores entre março de 2023 e março de 2024. O total custodiado desses títulos atingiu R$ 1,7 trilhão, um aumento de 22% no ano. Porém, o saldo mediano caiu de R$ 7 mil para R$ 6,3 mil.
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O Tesouro Direto teve um crescimento mais tímido no mesmo período, 500 mil novos investidores, segundo a B3. O valor custodiado aumentou 23%, para R$ 130 bilhões, mas o saldo mediano também caiu na comparação anual, de R$ 3,1 mil para R$ 2,4 mil.
Por fim, a dívida corporativa, composta por produtos como debêntures, CRIs, CRAs e notas promissórias, teve aumento no saldo mediano, de R$ 43 mil para R$ 48 mil, com o valor custodiado subindo para R$ 310,3 bilhões e o número de investidores registando um aumento de 32%, para 182,8 mil.
A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) já havia divulgado que a captação de debêntures foi destaque neste ano, representando grande parcela da captação total de renda fixa.
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Renda variável brilha menos
Embora os produtos de renda fixa cresçam, os produtos de renda variável tiveram um desempenho misto no último ano. As ações e os fundos imobiliários registaram crescimento no número de investidores e no valor custodiado, embora o saldo mediano tenha diminuído.
Os ETFs e os recibos de ações internacionais (BDRs) viram os seus investidores diminuir entre março de 2023 e março de 2024, embora o valor em custódia e o saldo mediano tenham aumentado.
Os investidores em ações cresceram 400 mil. O valor custodiado do produto aumentou 23%, para R$ 384,7 bilhões, enquanto o saldo mediano diminuiu para R$ 1,8 mil, ante os R$ 2,2 mil anteriores.
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Os fundos imobiliários conquistaram 500 mil novos investidores no ano passado. O total custodiado aumentou 33%, para R$ 137 bilhões, mas o saldo médio caiu de R$ 3 mil para R$ 2,6 mil.
Por fim, ETFs e BDRs perderam 14,5 mil e 900 mil investidores, respectivamente, mas aumentaram seus valores em poder em 45% e 56%, para R$ 12,4 bilhões e R$ 8,7 bilhões.
Experiência do investidor
Felipe Paiva, diretor de relacionamento com clientes e pessoas físicas da B3, acredita que a evolução do mercado está relacionada ao avanço da tecnologia que melhora a experiência do usuário.
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“O brasileiro já se acostumou com as facilidades que a tecnologia pode proporcionar nas diversas áreas da economia, e não seria diferente para o mundo das finanças. Nosso papel é construir instalações e novas funcionalidades para tornar a experiência ainda melhor, entregando otimização de tempo, atendimento e informações”, afirma Paiva.