Quem já “brincou” com o ChatGPT para descobrir investimentos sabe: a invenção do OpenAI é ruim para ajudar a investir. Ao digitar “recomendar uma ação para investir” ou “criar uma carteira de investimentos do zero” no robô, ele responderá que não pode fazer uma recomendação porque não possui informações básicas do usuário, como perfil de investidor, objetivos e risco tolerância. e recomendarei fazer algumas pesquisas por conta própria. Por que a Inteligência Artificial (IA) mais famosa do mundo não ajuda nessa tarefa?
Segundo Pedro Simonetti, sócio da gestora quantitativa Giant Steps, o modelo de aprendizagem utilizado no chatbot é baseado na generalização, então a resposta sempre será uma grande compilação de tudo o que existe na internet. “Você confia em tudo que está escrito na internet? Há muitas coisas boas, mas também há muitas coisas ruins. E com investimentos não dá para ser genérico”, disse o especialista em evento promovido recentemente pela Bridgewise.
Segundo ele, embora o ChatGPT tenha revolucionado o uso da inteligência artificial com sua interface amigável que permite a interação com o público, os estudos de aprendizado de máquina e o uso da IA no mundo financeiro já acontecem há décadas, com aplicação principalmente em fundos quantitativos. .
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“Analista Ciborgue”
Na Israel Bridgewise, o uso de IA envolve a análise de 44 mil ações globais, fazendo comparações por setor e entregando um relatório no idioma do cliente. “Existem muitas empresas boas por aí, que não são famosas, mas que o público não conhece porque não têm cobertura das casas de análise devido aos limites de capacidade dos analistas”, disse Thiago Guedes, diretor de desenvolvimento de negócios da Bridgewise.
Para Fernando Ferreira, estrategista-chefe de investimentos da XP, o setor de análises no Brasil ainda está em processo de implementação do uso de IA, com o objetivo de aumentar a produtividade dos analistas. “Na XP, o setor de análise tem buscado profissionais com habilidade em programação para caminhar rumo a esse futuro. Hoje já utilizamos IA para criar textos e agilizar relatórios. O próximo passo é otimizar os cálculos e a coleta de dados”, disse Ferreira no mesmo evento.
“Os humanos não serão substituídos pela IA, mas por outros humanos que saibam usar bem os modelos de IA”, acrescentou Victor Montezuma, CFO da Suno.
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A IA certa pode ajudar a investir
“A grande questão é que a IA é uma ferramenta. Existem aplicativos que são muito eficientes em tarefas específicas, como coleta e organização de dados, desenvolvimento de códigos, mas você não decide tudo sozinho”, afirma Rodrigo Maranhã, sócio da Kadima Asset.
Os fundos quantitativos da Giant Steps e da Kadima Asset são ambos baseados em algoritmos, que decidem os ativos da carteira, o momento da compra e venda e o tamanho da exposição. Porém, Simonetti destacou que esses algoritmos são criados por humanos, testados à exaustão por humanos e só são aprovados quando não há a menor dúvida de que funcionam.
“É um produto tecnológico que envolve aprendizado de máquina, IA e outras ferramentas, mas só foi possível através do trabalho de muitas pessoas. A IA não substituirá o gestor ou assessor, mas pode ajudá-los a fazer um trabalho melhor”, afirma.