O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano, decisão que influencia de forma diferente as aplicações financeiras. No caso dos fundos de investimento, as carteiras focadas em renda fixa ganham impulso ainda maior.
“Comparado às expectativas do início do ano, 2024 se mostra um ano muito mais complexo. Não havia expectativa desse ‘cavalo de pau’ da Selic que prejudica a captação de fundos multimercados, de ações e estruturados”, explica Evandro Buccini, sócio e diretor de crédito e multimercado da Rio Bravo. “O destaque do ano acaba sendo os fundos de renda fixa, principalmente com a forte recuperação dos fundos de crédito”, completa.
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Segundo dados da Anbima, o patrimônio líquido dos fundos de renda fixa, que tem a maior representatividade do setor, cresceu 20,1% em julho em relação ao mesmo período do ano passado, passando de R$ 3 trilhões para R$ 3,6 trilhões.
“O aumento da taxa Selic deverá tornar a renda fixa, em geral, ainda mais atrativa para os investidores, com grande destaque para investimentos com perfil pós-fixado”, concorda Ulisses Nehmi, CEO da Sparta.
Neste contexto de taxas de juro mais elevadas, destaca o “aumento do interesse dos investidores em fundos de crédito focados em infraestruturas, que não deverão ter impactos adversos relevantes”.
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Diante do cenário, os fundos multimercados deverão perder ainda mais espaço nas carteiras dos investidores, prevê André Carvalho, diretor de carteiras da Acura Capital.
“Como é o início do ciclo de alta, devemos ver os investidores voltando a buscar ativos de renda fixa em detrimento de ativos de maior risco”, reforça. “Com isso, em termos de captação, deverão sofrer os fundos multimercados, que, em longos ciclos de altas taxas de juros, tendem a ter mais dificuldades para superar o benchmarkse fundos de ações, que também tendem a ter avaliações impactado”, projeta.
A principal mensagem para os investidores, acrescenta Carvalho, é agir com cautela. Além do ciclo de subida das taxas de juro que se inicia, vários outros factores macroeconómicos poderão trazer mais volatilidade à economia e piorar os indicadores, alerta.
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Em agosto, os fundos multimercados registraram mais um mês negativo, com saídas líquidas de R$ 40,1 bilhões, e atingiram perdas de R$ 145,5 bilhões no acumulado do ano.
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