As vendas de títulos públicos para pessoas físicas pela internet totalizaram R$ 3,53 bilhões em março, informou o Tesouro Nacional nesta terça-feira (30). O valor subiu 16,1% em relação a janeiro, mas caiu 48,4% em relação a março do ano passado, quando as vendas atingiram recorde.
O recorde mensal histórico do Tesouro Direto ocorreu em março do ano passado, quando as vendas totalizaram R$ 6,842 bilhões. Na época, as vendas atingiram o maior volume mensal já registrado porque expiraram títulos corrigidos pela Taxa Selic (taxa básica de juros da economia), que foram trocados por novos papéis.
Os títulos mais procurados pelos investidores em março foram aqueles corrigidos pela Selic (taxa básica de juros da economia), cuja participação nas vendas atingiu 61,5%.
Os títulos atrelados à inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA) correspondiam a 25,4% do total, enquanto os títulos pré-fixados, com taxas de juros definidas no momento da emissão, eram 8,6%.
Destinado ao financiamento de aposentadorias, o Tesouro Renda+, lançado no início de 2023, respondeu por 3,4% das vendas. Criado em agosto do ano passado, o novo título Tesouro Educa+, que visa financiar poupanças para o ensino superior, atraiu apenas 1,1% das vendas.
Os juros por títulos atrelados a taxas básicas de juros são justificados pelo elevado patamar da Taxa Selic. Em março de 2021, o Banco Central (BC) iniciou a elevação da Selic.
A taxa, que estava em 2% ao ano, no menor patamar da história, permaneceu em 13,75% ao ano entre janeiro de 2022 e agosto de 2023. Mesmo com as recentes quedas dos juros básicos, atualmente em 10,75% ao ano, as taxas permanecem atraentes.
O estoque total do Tesouro Direto atingiu R$ 133,27 bilhões ao final de março, aumento de 1,39% em relação ao mês anterior (R$ 131,46 bilhões) e de 14,76% em relação a março do ano passado (R$ 116,14 bilhões). Esse aumento ocorreu porque as vendas superaram os resgates em R$ 657,6 milhões no último mês.
Investidores
Em relação ao número de investidores, 292,4 mil participantes se inscreveram no programa no último mês. O número total de investidores atingiu 28.003.946. Nos últimos 12 meses, o número de investidores aumentou 15,1%. O total de investidores ativos (com operações abertas) atingiu 2.553.939, aumento de 15,5% em 12 meses.
A utilização do Tesouro Direto pelos pequenos investidores pode ser percebida no considerável número de vendas de até R$ 5 mil, que correspondeu a 82,4% do total de 550.172 transações de vendas ocorridas em março. Somente os investimentos de até R$ 1 mil representaram 58,8%. O valor médio por operação atingiu R$ 6.417,17.
Os investidores estão preferindo papéis de curto prazo. As vendas de títulos de até cinco anos representam 64,9% do total. As operações com prazo entre cinco e dez anos correspondem a 14,7% do total. Os papéis com prazo superior a dez anos representaram 20,4% das vendas.
O balanço completo do Tesouro Direto está disponível na página Tesouro Transparente.
Angariação de fundos
O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 para popularizar esse tipo de aplicativo e permitir que pessoas físicas possam adquirir títulos públicos diretamente do Tesouro Nacional, pela internet, sem a intermediação de agentes financeiros.
O investidor só precisa pagar uma taxa semestral à B3, bolsa de valores brasileira, que detém a custódia dos títulos. Mais informações podem ser obtidas no site do Tesouro Direto.
A venda de títulos é uma das formas que o governo tem para captar recursos para pagar dívidas e honrar compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor com uma taxa adicional que poderá variar de acordo com a taxa Selic, taxas de inflação, taxa de câmbio ou taxa definida previamente no caso de títulos pré-fixados.
Compartilhar: