Os ETFs (fundos negociados em bolsa) – e alguns fundos mútuos – estão normalmente ligados a índices de referência, que servem de base para a sua composição e desempenho. Geralmente, estes benchmarks seguidas permanecem constantes ao longo da vida destes produtos. Porém, algumas das opções oferecidas nos Estados Unidos fogem dessa prática, alterando seus índices, o que pode impactar no desempenho.
Esse cenário foi retratado em estudo publicado este mês pela Morningstar, que analisou 1.200 veículos financeiros americanos que acompanham índiceso que representa 11% do total de ETFs e fundos mútuos do país. Um quarto da amostra – ou 310 – modificou os seus indicadores pelo menos uma vez desde a sua criação. Dentro desse grupo, 42 deles registraram erros de rastreamento superiores a 3% quando comparados ao índice anterior.
O erro de rastreamento é uma métrica que indica a diferença entre o comportamento do preço de um fundo e as flutuações de retorno do índice. Na prática, quando a imprecisão é elevada, significa que um fundo está a ter dificuldade em seguir de perto o índice de referência. No cálculo, o estudo levou em consideração os desvios entre o antigo e o novo índice nos cinco anos anteriores às mudanças.
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“Altos erros de rastreamento indicaram diferenças maiores entre os índices antigos e novos. Os investidores devem estar atentos a estas mudanças. Eles podem não continuar a receber a compensação de risco-recompensa que inicialmente assinaram e podem ter que reavaliar o mérito de investimento do novo benchmark”, escreveu Daniel Sotiroff, analista sênior da Morningstar.
Fundos menores são mais afetados
Segundo o material, essas alterações ocorrem principalmente em fundos que, ao alterarem o índice, optam por benchmarks diferentes. Um dos exemplos mencionados é o caso do ETF Invesco S&P 500 GARP (SPGP), que substituiu o índice Russell Top 200 Pure Growth, que seguiu até 21 de junho de 2019, pelo S&P 500 Growth.
O desvio entre os dois foi de quase 7% nos cinco anos anteriores à mudança, segundo a pesquisa. E elas, de fato, têm propostas diferentes: enquanto a primeira está concentrada em ações com múltiplos de preços mais caros do mercado da Terra do Tio Sam, a segunda é composta por ações de crescimento que são negociadas em múltiplos mais baixos.
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Os pequenos fundos e ETFs, com até 100 milhões de dólares sob gestão, também tendem a sofrer mais do que os maiores. Como normalmente não são tão populares como os seus pares abstinentes, mudam os seus índices na esperança de conquistar novos investidores e sobreviver no competitivo mercado financeiro. O efeito, no entanto, é muitas vezes o oposto.
“As evidências sugerem que a tática não funcionou bem. Cerca de 43% (148 fundos de uma amostra de 352 indicando tamanho) viram os investidores retirarem dinheiro depois de adotarem novos índices. Outros 122 fundos (35%) receberam US$ 100 milhões ou menos. Apenas 28 atraíram mil milhões de dólares ou mais nos 12 meses subsequentes”, disse Sotiroff.
ETFs a caminho de máximos recordes
Os ETFs dos EUA atraíram US$ 411 bilhões no primeiro semestre deste ano, segundo pesquisa da State Street Global Advisors, volume próximo ao Produto Interno Bruto (PIB) de São Paulo em 2023. A expectativa é que os fundos batam recorde de US$ 1 trilhão até o final de 2024.
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Investir por meio de ETFs, segundo analistas, pode ser interessante para investidores iniciantes no mercado internacional, pois esses produtos oferecem vantagens, como risco reduzido, baixo custo e diversificação. Por outro lado, limitam as escolhas do investidor.
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