Os investimentos de pessoas físicas no Brasil cresceram 7,6% no primeiro semestre de 2024 em relação a dezembro de 2023, totalizando R$ 6,96 trilhões, segundo dados divulgados nesta terça-feira, 13, pela Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais (Anbima). Quase R$ 1 trilhão estava na caderneta de poupança, quando se olha a alocação por tipos de aplicação financeira. O valor abrange os segmentos privadovarejo de alta renda e varejo tradicional.
O volume de privado aumentou 3,3% em relação a dezembro de 2023, totalizando R$ 2,18 trilhões ao final de junho. O segmento conta com 162,7 mil contas e 66,8 mil grupos econômicos, como famílias. O varejo somou R$ 4,77 trilhões, aumento de 9,6%. O valor está dividido em R$ 2,33 trilhões no varejo tradicional e R$ 2,44 trilhões no varejo de alta renda. Os dois segmentos possuem 170,2 milhões de contas, que não representam CPF únicos, pois cada pessoa pode investir em mais de um produto e ser cliente de mais de uma instituição.
Aumento da renda fixa
Considerando os três segmentos, mais da metade do total de recursos estava destinada à renda fixa ao final de junho. A participação nessa categoria, que engloba as opções mais conservadoras, cresceu 10,1%, totalizando R$ 370,9 bilhões a mais que o volume registrado em dezembro.
O crescimento foi o terceiro maior, segundo a associação, e ficou atrás apenas do avanço na categoria previdenciária (10,8%) e do volume financeiro no segmento “outros” (14,8%), classificação da Anbima que inclui recursos em dinheiro ou em conta corrente e outros ativos não identificados.
Na opinião de Ademir A. Correa Júnior, presidente do Fórum de Distribuição da Anbima, a preferência pela renda fixa ocorre por alguns motivos. Entre eles está o cenário macroeconômico pautado pela taxa básica de juros, a Selic, de dois dígitos. “A Selic está muito atrativa”, disse Correa Júnior em entrevista coletiva esta tarde.
Quase R$ 1 trilhão em poupança
Observando a alocação dos investidores por tipos de instrumentos, a categoria títulos representa o maior volume (45%) dos R$ 6,96 trilhões. Em segundo lugar aparecem os fundos de investimento (24,7%), com R$ 1,72 trilhão, seguidos pelos fundos de pensão (16,6%) e poupança (13,7%). Ou seja, apesar dos resultados dos esforços de educação financeira do mercado e da maior divulgação de informações por parte dos influenciadores, destacados durante coletiva de imprensa da Anbima, a caderneta de poupança ainda economiza quase R$ 1 trilhão dos poupadores brasileiros.
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Certificados isentos ainda estão em alta
Os títulos que tiveram maior crescimento entre o final do ano passado e junho deste ano foram os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) isentos, com crescimento de 25,5%, e os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), com alta de 22,9%. Em junho, os CRIs totalizaram R$ 78,7 bilhões. CRAs, R$ 114,3 bilhões. A maior parte desses avanços ocorreu no varejo, que registrou crescimento de 34% no volume de CRAs e de 40,2% no volume de CRIs.
O crescimento do volume financeiro das Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) foi bem mais modesto que o dos certificados isentos de impostos: 3,6% em ambos os casos. “As normas do Conselho Monetário Nacional do CMN, no início deste ano, limitaram as empresas que podem emitir e aumentaram os prazos de carência para LCI e LCAS, o que reduziu a atratividade para muitos investidores. Apesar disso, o nível atual das taxas de juros continuou a favorecer o investimento neste tipo de produto e aumentou a procura por este tipo de ativo”, disse Corrêa Junior.
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