Uma onda de pessimismo tomou conta do mercado de criptografia após o despejo de tokens da bolsa falida Mt.Gox e do governo alemão. A corretora oferecerá cerca de US$ 8 bilhões em criptoativos para venda, e os alemães já venderam US$ 900 milhões em unidades de BTC apreendidas de criminosos.
Esses são os motivos do desempenho negativo do Bitcoin (BTC), que na semana passada atingiu seu pior preço desde fevereiro. Mas a crise também teve impacto nos ativos digitais com menor valor de mercado, chamados altcoins.
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O CoinDesk Smart Contract Platform Index (SMT), que rastreia o preço das criptomoedas contratos inteligentes (contratos inteligentes), encolheu 10% na semana, enquanto o BTC desvalorizou 9% no mesmo período.
Ethereum (ETH), principal representante do contratos inteligentes, caiu 10%. Algumas memecoins (criptomoedas baseadas em memes) desvalorizaram ainda mais – dogwifhat (WIF) e Pepe (PEPE) caíram 24% e 20% na semana, respectivamente. E a queda não deve parar por aí.
Altcoins tendem a sofrer quedas junto com o Bitcoin de forma recorrente, principalmente devido ao sentimento geral do mercado e à dinâmica de liquidez, explicou Pedro Gutierrez, diretor regional Latam da CoinEx.
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“O Bitcoin, por ser a maior e mais consolidada criptomoeda, serve de referência para todo o mercado criptográfico. Quando o preço do Bitcoin cai, muitas vezes provoca uma perda generalizada de confiança, levando a vendas massivas de altcoins.”
“Essa queda também se deve, em parte, ao fato de muitas altcoins serem negociadas em pares com Bitcoin, o que significa que uma queda no valor do BTC afeta diretamente esses pares, intensificando a pressão descendente sobre as altcoins.”
Rony Szuster, analista de pesquisa do Mercado Bitcoin (MB), também explicou que as altcoins tendem a sofrer um golpe maior em momentos de declínio porque possuem uma capitalização muito menor que a do Bitcoin, cujo valor de mercado é superior a US$ 1. ,1 trilhão – metade do tamanho da indústria.
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“Então para movimentar 1% no preço do Bitcoin seria necessário movimentar o equivalente a US$ 10 bilhões, mas se você pegar uma altcoin, que tem capitalização de mercado de US$ 1 bilhão, por exemplo, só levaria EUA US$ 10 milhões para movimentar esse mesmo 1% no preço.”
Qual é o tamanho da queda?
Para Szuster, a queda pode continuar, não só pela narrativa em torno do Mt.Gox e da Alemanha, mas também pelas incertezas em relação à política monetária nos Estados Unidos.
No mês passado, após a divulgação dos dados do mercado de trabalho e da inflação, o Federal Reserve (Fed, banco central do país) passou a prever apenas um corte nos juros para o ano – no início do ano, a expectativa era de três cortes. . Na terça-feira, Powell deixou em aberto as opções do Fed sobre quando o banco central reduzirá as taxas de juros, o que os mercados consideram provável em setembro. “Não enviarei sinais sobre o momento de ações futuras.”
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“As altas taxas de juros afastam os investidores dos ativos de risco, que pensam o seguinte: por que você correria risco para obter um rendimento alto se pode investir no tesouro americano, por exemplo, e obter um rendimento muito mais seguro e garantido do que um retorno de renda variável?”
Segundo Szuster, porém, a queda do Bitcoin e das altcoins não deve ser tão intensa como nos ciclos de alta anteriores, que já registraram correções de até 55%.
“Estamos vendo agora uma retração de cerca de 30% em relação ao topo (do BTC). Acho que podemos esperar mais 5% ou 10% de queda. Não deve cair mais do que isso justamente pela maior capitalização do setor, o que dificulta a movimentação dos preços”, disse ela, lembrando que nada está garantido porque as criptos são ativos de renda variável.
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