Os títulos do Tesouro Direto tiveram alta nas taxas nos últimos dias, e um dos mais recomendados pelos especialistas continua melhorando sua remuneração: o Tesouro IPCA+ já oferece 6,50% além da inflação, alimentada pela turbulência política e pelo medo do mercado em relação às contas públicas. Mas as ações brasileiras não aparecem sozinhas nesta potencial janela de oportunidade.
Atualmente, em meio a um momento delicado da economia dos Estados Unidos, a renda fixa em dólares também é atrativa, com os títulos do Tesouro norte-americano, considerados os mais seguros do mundo, oferecendo juros em torno de 4,5% ao ano, e títulos empresas indo ainda mais longe, em torno de 5%.
A renda fixa americana tem sido recomendada para investidores com diferentes perfis de risco neste ano, e a recente alta do dólar, que passou de R$ 5,60, pode ser outro atrativo. Mas como se compara com o investimento preferido dos alocadores em rendimento fixo local? O investimento em dólar está rendendo mais que o Tesouro IPCA+? Para começar a responder, você precisa olhar no espelho retrovisor.
Em 2024, o dólar vencerá por uma vitória esmagadora
Os títulos brasileiros sempre oferecem taxas mais altas: 12% ao ano aqui versus 4,5% ali nas taxas fixas, e 6,5% versus 2% de juros reais em títulos indexados à inflação, chamados de TIPs nos EUA. No entanto, as coisas mudam quando a taxa de câmbio entra na equação.
Segundo cálculos de Guilherme Morais, analista da VG Research, quatro ETFs (fundos de índice) que investem em títulos de renda fixa americanos de diferentes vencimentos registraram queda este ano, com exceção daqueles que investem em títulos de curtíssimo prazo. No entanto, isso considera apenas o desempenho do dólar.
Quem investiu em reais embolsou ganhos de até 16% (líquido, já descontado Imposto de Renda, IOF e spread na conversão) ao realizar a conversão de volta. Enquanto isso, quem investiu no Tesouro IPCA+ 2035 no início do ano teve perdas de 7,41% No período. No caso do Tesouro IPCA+ 2045, a situação é ainda pior: queda de 13,74% no ano.
Compare abaixo o desempenho dos seguintes ativos em 2024:
- ETF TLT (obrigações com maturidade igual ou superior a 20 anos)
- ETF IEF (obrigações com maturidades entre 7 e 10 anos)
- ETF IEI (obrigações com maturidades entre 3 e 7 anos)
- ETF BIL (títulos com vencimento entre 1 e 3 meses)
- Tesouro IPCA+ 2035
- Tesouro IPCA+ 2045
Mas um alerta é importante: Somente quem resgatou o investimento embolsou esses ganhos ou perdas. Portanto, quem comprou IPCA+ no início de 2024 e não vendeu ainda pode levar o papel até o vencimento e ter a garantia de obter a remuneração prometida na contratação. Os títulos do Tesouro Direto ficam negativos no app da corretora por uma questão de transparência, para mostrar quanto valeriam se fossem vendidos hoje (marcação a mercado).
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E daqui para frente?
Analistas afirmam que a decisão não deve levar em conta o câmbio neste momento, e que ambos os investimentos devem ter espaço na carteira. Para evitar dor de cabeça, o melhor caminho seria aguardar o prazo de validade.
“Embora você abra sua tela corretor residencial e eventualmente ver uma variação negativa nesses ativos do Tesouro Direto, faz muito sentido continuar comprando”, observa Marcos Moreira, sócio da WMS Capital. “Estamos em patamares historicamente elevados, então o carry, que é essa taxa que você consegue carregar até o vencimento, é muito interessante.”
Apesar de perder este ano, o Tesouro IPCA+ tem taxa em patamar historicamente elevado. Segundo pesquisa realizada pela Quantum Finance, esses títulos pagaram juros reais de 6% ou mais em apenas 24,3% dos pregões dos últimos dez anos.
Sobre o dólar, os juros de quase 5% ao ano são ainda mais raros. A última vez que houve tantos prêmios foi em 2007, e depois por volta de 2001, segundo dados da Reserva Federal (Fed, banco central dos EUA). Em relatório, a corretora Avenue mostra que, nos últimos 15 anos, o retorno dos títulos norte-americanos de 10 anos ficou 95% das vezes abaixo de 4% ao ano, e 98,5% das vezes ficou abaixo de 4,5%.
Caso o cenário no Brasil e no exterior se torne mais benigno, as ações tenderão a se valorizar no mercado secundário, oferecendo também a chance de uma saída antecipada (marcação na curva). Mas o investidor não deve considerar o cenário como garantido, mas sim uma espécie de “bônus”. “Com os juros elevados nos Estados Unidos e o atual nível de rentabilidade do Tesouro IPCA+, os investidores têm boas opções para montar sua carteira de investimentos, sendo mais recomendada a manutenção até o vencimento”, aponta Morais, da VG.
Maçãs para maçãs
É importante lembrar que a oportunidade para títulos americanos equivalentes ao Tesouro IPCA+, chamados TIPs, já foi melhor. Segundo Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP, os títulos inflacionários brasileiros pagaram, nos últimos 10 anos, cerca de 4,5 pontos percentuais a mais em juros reais do que os americanos. Em maio, o prêmio do IPCA+ havia reduzido para 4 pontos, o que foi visto como uma oportunidade. Desde então, porém, a diferença voltou ao mesmo nível da última década.
Como investir?
Segundo Moreira, da WMS, a contribuição para a renda fixa americana deverá ser gradual. “Se você tem a meta de ter 25% do seu portfólio dolarizado, compre aos poucos todos os meses até atingir essa meta de alocação internacional”, recomenda.
Os títulos do Tesouro IPCA+ reinam nas carteiras recomendadas por especialistas, com peso maior que os investimentos estrangeiros. Para a XP, os títulos brasileiros indexados à inflação devem ocupar pelo menos 15% da carteira. A renda fixa dos EUA não deve ultrapassar 5% da carteira.
As aplicações locais de renda fixa estão disponíveis na plataforma Tesouro Direto. Os investimentos americanos são oferecidos por bancos e corretoras com contas internacionais.
Consulte Mais informação:
- Como investir em renda fixa americana
- Como investir no Tesouro Direto
O pós IPCA+6,5% ou “dólar+5%”: qual paga mais? apareceu primeiro no InfoMoney.
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