Na decisão desta quarta-feira do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, a maioria (94%) dos gestores multimercados com mandatos macro acredita que a autoridade monetária deveria manter a taxa de juros em 10,50% ao ano. As casas também não veem mais chance de cortes ao longo de 2024. É o que mostra um levantamento feito pela XP com 33 casas entre os dias 5 e 12 de junho.
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Na visão dos gestores, os recentes aumentos nas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 e 2026, além do agravamento do risco fiscal e dos ruídos vindos de Brasília são fatores que devem exigir cautela do Banco Central.
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No último Boletim Focus divulgado esta semana, a estimativa do IPCA para este ano passou de 3,90% para 3,96%, enquanto a previsão para a inflação de 2025 aumentou de 3,78% para 3,80%. A projeção para 2026 foi mantida em 3,60%, mas registrou forte alta em relação aos 3,50% esperados um mês antes.
Redução de posições investidas em taxas de juros no Brasil
Em junho também foi possível perceber uma redução substancial nas posições investidas (que se beneficiam da queda) das casas de juros no Brasil, em comparação com a pesquisa anterior realizada em maio. O estudo também mostrou maior preferência dos gestores pelos juros reais (juros obtidos pelo desconto do percentual da inflação sobre a taxa de juros nominal) e não pelos juros nominais.
Nos mercados mais desenvolvidos, houve um aumento nas alocações aplicadas aos juros, o que indica maior apetite dos investidores por posições que possam se beneficiar do corte das taxas de juros em todo o mundo.
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De olho no dólar
A investigação mostrou ainda que os gestores intensificaram as suas posições longas (que beneficiam de uma valorização) em dólares face a outras moedas em todo o mundo, com a percentagem de casas com esta alocação a subir de 89%, em maio, para 94%, em junho.
A visão mais negativa para o real continuou predominante em junho, com 63% dos gestores tendo exposição vendida (que aposta na desvalorização) na moeda brasileira, número que se manteve semelhante ao verificado em maio.
Visão mais positiva para o mercado acionário global e menos para o local
Em junho, também cresceu a parcela de gestores que têm perspectiva mais negativa para a economia local, com o percentual saltando de 14% em maio para 60% neste mês.
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A maior desconfiança no desempenho da economia local e as altas taxas de juros, combinadas com o ruído de Brasília, afetaram a alocação dos gestores no mercado de ações. Este mês, o percentual de casas com posições compradas em ações locais reduziu para 65%, ante 71% em maio.
Por outro lado, as casas adotaram uma visão mais positiva da economia global. O percentual de gestores que responderam que estão mais otimistas atingiu 47% em junho, ante 23% em maio.
Neste sentido, as alocações compradas aos gestores na bolsa global também aumentaram entre maio (60%) e junho (70%). Segundo a XP, o maior otimismo com o desempenho das economias e os impulsos tecnológicos proporcionados pela inteligência artificial têm motivado uma visão mais positiva do mercado acionário global.
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