O Ministro das Finanças, Fernando Haddad (PT)afirmou, esta quarta-feira (22), que os primeiros quatro meses de 2024 foram “excepcionais” para as contas públicas do país, mas considerou que ainda não é possível ter a dimensão exacta do desafio económico que será gerado pela tragédia climática no Rio Grande do Sul.
“O Rio Grande do Sul, para nós, é uma questão que temos que enfrentar, uma questão humanitária, econômica, social… Não vamos nos furtar de servir o Rio Grande do Sul”, disse Haddad, durante audiência na Fazenda. e Comissão Tributária do Rio Grande do Sul. Câmara dos Deputados para discutir a política econômica do país.
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O ministro questionou se é razoável passar de um déficit contratado de mais de R$ 200 bilhões para equilíbrio fiscal no período de um ano. “Isso é o que poderia acontecer”, comentou, referindo-se à meta primária de déficit zero.
Haddad também defendeu mais uma vez a harmonização entre política e questões fiscais. “Sempre defendi a tese de que as políticas fiscal e monetária devem ser harmonizadas. São braços do mesmo organismo, não são organismos diferentes. Ou seja, eles têm que caminhar firmemente juntos”, afirmou.
Segundo o ministro, com políticas fiscais e monetárias mais saudáveis é possível garantir um ciclo virtuoso para a economia brasileira.
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Haddad também reforçou o desejo de que a economia do estado se recupere o mais rápido possível e destacou que haverá reforço nacional em prol da reconstrução do Estado, com parceria entre os poderes Executivo e Legislativo.
“Não existe céu de brigadeiro”
Durante a audiência na Câmara, o ministro da Fazenda disse ainda que o cenário externo cria desafios para a economia brasileira, como o nível das taxas de juros internacionais, especialmente nos Estados Unidos. Mencionou ainda que é preciso prestar atenção à guerra comercial, num cenário em que a China “despeja” produtos muito baratos noutros países, e à inflação nas economias norte-americana e europeia.
“Não existe paraíso de brigadeiro, é preciso ter cuidado com muita coisa”, reforçou o ministro. Apesar das adversidades externas, Haddad mencionou que o Brasil pode fazer um ajuste fiscal com baixo custo social porque “não deve nada a ninguém”, não depende do Fundo Monetário Internacional (FMI) e tem uma reserva robusta em dólares.
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Durante a audiência, o ministro citou o compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em impulsionar investimentos, como medidas relativas ao setor siderúrgico e cerca de R$ 100 bilhões que poderão vir do setor de celulose.
(Com Conteúdo do Estadão)
Acompanhe a audiência pública com Fernando Haddad (PT) na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara:
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