A recuperação do setor de serviços em março, cujo volume cresceu 0,4% na leitura mensal após a queda observada em fevereiro, deu sinais promissores para as projeções do PIB no 1º trimestre, segundo análise dos economistas. Desta vez, além do consumo das famílias, que já demonstrava resiliência desde o ano passado, a atividade incluiu também uma recuperação nos serviços empresariais.
Embora também tenha alertado que os resultados desagregados continuam mistos, com três dos cinco principais segmentos do setor apresentando crescimento no 1º trimestre de 2024 em relação ao último trimestre de 2023, Rodolfo Margato, economista da XP, menciona que Serviços Prestados às Famílias cresceu 1,3% no período, quinto ganho consecutivo na comparação trimestral.
Ele atribuiu isso ao aumento significativo da renda disponível real – de cerca de 4,5% no primeiro trimestre de 2024, estima a XP – que apoiou o consumo pessoal de bens e serviços.
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Mas além disso, os Serviços de Informação e Comunicação também têm crescido de forma consistente, segundo Margato – 1,9% na comparação trimestral anterior e 3,5% nos últimos 12 meses -, principalmente devido ao grupo de Serviços de TI.
No geral, a XP projeta que o setor de serviços como um todo crescerá 2,6% este ano, próximo ao aumento de 2,4% registrado em 2023. O rastreador da XP para o crescimento do PIB do 1º trimestre de 2024 aumentou para 0,65% em comparação com o 4º trimestre de 2023 , mantendo-se em 2,3% face ao 1.º trimestre de 2023.
Para o ano, porém, a projeção para o PIB – atualmente em 2,2% – está enviesada para baixo, devido aos desastres naturais que assolam o estado do Rio Grande do Sul. Pelas estimativas preliminares da XP, o impacto no PIB ficará em torno de -0,3 p.p. em 2024.
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Igor Cadilhac, economista do PicPay, também destacou em março as contribuições positivas que vieram dos serviços de informação e comunicação (4,0%) e dos serviços profissionais, administrativos e complementares (3,8%).
“Continuamos observando um bom momento na atividade econômica brasileira, que vem se beneficiando de um mercado de trabalho em pleno emprego, de uma massa salarial crescente e de uma inflação bem comportada. Olhando para frente, esperamos que esse cenário se mantenha ao longo do ano”, afirma, projetando crescimento do PIB de 0,7% no primeiro trimestre e de 2,1% no ano.
“Com os números da atividade de março encerrados, estimamos que os avanços nos serviços e na indústria devam compensar a queda do varejo ampliado. Portanto, projetamos um Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) estável para o mês”, estima.
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O Santander Brasil, por sua vez, destaca não só os serviços e profissionais de informação, que compensou integralmente a queda de fevereiro, mas também o segmento “Outros serviços”, subsetor altamente volátil que inclui atividades como corretagem e serviços financeiros, que se manteve estável.
Produtividade
Rafael Perez, economista da Suno Research, explica que a melhoria nos serviços ligados às atividades empresariais reflete a tendência das empresas em investir cada vez mais em tecnologia da informação, comunicação estratégica e serviços administrativos para melhorar a produtividade e a competitividade.
“O setor dos serviços deverá continuar a ser impulsionado por melhores condições de consumo das famílias, mas já começamos a notar uma dinâmica mais favorável aos serviços dirigidos às empresas”, reforça.
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Segundo ele, esta mudança na composição do crescimento dos serviços poderá trazer um novo impulso ao setor e, juntamente com o aumento do consumo das famílias, reforça a nossa expectativa de um crescimento económico mais sólido neste primeiro trimestre. A expectativa de Suno é de aumento de 0,7% no PIB nos primeiros três meses do ano.
Lucas Barbosa, economista da AZ Quest, por sua vez, comenta que os serviços técnicos têm apresentado de fato uma dinâmica muito benigna e um crescimento robusto. Além disso, ele afirma que a dinâmica do crédito, que é a dinâmica do mercado de trabalho mais aquecido, com reajustes salariais um pouco mais fortes na margem, deve continuar mantendo a parte dos serviços, especialmente os serviços prestados às famílias, ainda forte ao longo de 2024.
Claudia Moreno, economista do C6 Bank, afirma que os dados divulgados hoje confirmam que a atividade econômica foi forte no primeiro trimestre, impulsionada por um cenário de aumento de salários e aumento de gastos governamentais, como pagamento de precatórios. “Projetamos crescimento do PIB de 1% no 1º trimestre em relação ao trimestre anterior. Para o ano de 2024, nossa expectativa é de expansão de 2,2%.”