Depois de o Brasil estar a apenas um passo do grau de investimento, o vice-presidente de risco soberano da Moody’s, Samar Maziad, afirmou que existe a possibilidade de atingir o grau de investimento com ajuste fiscal nos gastos obrigatórios. Em entrevista com FolhaSamar disse que a classificação poderá ser alcançada no atual governo.
A agência de classificação de risco Moody’s melhorou a classificação de crédito do Brasil de “Ba2” para “Ba1”, com perspectiva “positiva” para o país. Com a mudança, o país se aproximou do patamar considerado “seguro para investir”. Segundo o vice-presidente, o horizonte de perspectiva analisado para revisão de notas é de 12 a 18 meses. Portanto, caso as medidas de contenção de gastos sejam mantidas, é possível que as perspectivas continuem positivas.
O ponto de viragem poderá acontecer com a implementação de medidas mais estruturais para ajustar as contas públicas. Esse ajuste deverá acontecer, especialmente, do lado dos gastos, como as despesas obrigatórias.
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Mesmo considerando que o quadro fiscal contribui para atingir as metas de resultados primários e de dívida pública, são necessárias medidas adicionais (ao limite máximo de gastos de 2016) para que ele permaneça eficaz. Com as mudanças, é possível considerar que o Brasil teria mais credibilidade fiscal.
Por outro lado, o crescimento económico continuado é também um factor considerado para atingir o grau de investimento. Para Samar, esse foi um dos principais pontos que sustentaram a mudança de nota. O vice-presidente também citou reformas estruturais realizadas durante diferentes governos que provocaram mudanças no PIB brasileiro.
Por fim, Samar citou alguns pontos de otimismo com o Brasil, como a trajetória da dívida pública e das metas fiscais. Para ele, o aumento da receita previsto para este e para o próximo ano, somado aos cortes anunciados, são compatíveis com o orçamento apresentado e a meta para o resultado primário. Ao contrário do mercado, que estima um agravamento do défice, o vice-presidente entende que o governo deve entregar um saldo primário semelhante ao deste ano.
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