No final da tarde da última terça-feira (1), a agência de classificação de risco Moody’s deu boas notícias ao Brasil, elevando a nota de crédito do país, ou o conhecido rating, de Ba2 para Ba1, deixando o país apenas um degrau acima. abaixo do grau de investimento.
Com isso, aumentou a chance de atrair mais fluxo estrangeiro para o nosso mercado, principalmente agora que estamos a apenas um passo de voltar a ter “grau de investimento”. Apesar de festejada no mercado, sendo um dos fatores para a valorização do real frente ao dólar e a alta do Ibovespa nesta quarta-feira (2), a decisão da Moody’s também surpreendeu e foi considerada polêmica, principalmente por ter sido baseada em uma melhora fiscal, um dos pontos fracos da economia brasileira e que preocupa os investidores de vez em quando.
Conforme destacado pela Ágora Investimentos, o desconforto com as contas do Governo permanece em segundo plano e há desconforto com a decisão do Governo de reduzir a contingência de gastos e passar a mirar na faixa inferior da meta de superávit primário, o que pode ser arriscado caso o crescimento desacelere, pois reduziria a arrecadação e a possibilidade de cumprimento das metas do marco fiscal, o que contrasta com a visão positiva do órgão.
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Vale ressaltar, como destaca o Itaú, que a agência destacou que a credibilidade da estrutura fiscal do Brasil ainda é moderada, o que se reflete no custo relativamente alto da dívida. Além disso, a manutenção das perspectivas positivas reflecte a possibilidade de que o crescimento estável e o cumprimento do quadro fiscal ajudem a aumentar a credibilidade institucional e a reduzir mais acentuadamente os custos dos empréstimos.
Mesmo com as considerações, José Raymundo Faria Junior, diretor da Wagner Investimentos, destaca que a melhora no rating afigura-se “totalmente incompatível com a realidade”.
“A Fitch comentou na semana passada que a dívida bruta média dos países BB (classificação do Brasil por esta agência) é de 55% do PIB, muito abaixo do que temos hoje (80%). A melhoria no rating da Moody’s reflete apenas as políticas de (Michel) Temer e (Jair) Bolsonaro e não as políticas do atual governo, que está aproveitando os benefícios da reforma trabalhista, da mudança no cálculo da TJLP e do Social Reforma da segurança, para nos atermos apenas a alguns temas”, avalia o especialista.
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Apesar da reação positiva do mercado, de qualquer forma, o Banco Central ainda terá muito trabalho pela frente para ancorar as expectativas de inflação, avalia. “O aumento do diferencial de juros entre Brasil e EUA, aliado a uma melhor classificação, deverá promover um dólar mais baixo pelo menos nos próximos meses, pois em maio deverá ocorrer um evento fiscal de extrema relevância, a publicação das receitas e despesas relatório do 2º bimestre e, em julho, relatório do 3º bimestre e apresentação do PLOA 2026 (que poderá ocorrer até o final de agosto). Para este ano, esperamos que a fiscalização seja cumprida mesmo a pedido do TCU”, pontua.
Assim, Faria Júnior reforça a visão de que a Moody’s deu ao atual governo “um presente absolutamente imerecido”. “A dívida está numa trajetória ascendente; défice nominal de quase 2 dígitos; inflação não ancorada; juros reais acima de 6%; despesas fora da regra-quadro; indexação dos gastos sociais com um salário mínimo que voltou a crescer em termos reais em linha com o PIB; e o Orçamento de 2027 é inexequível. Além do mais, não se pode descartar que o grau seja aumentado – grau de investimento – mesmo neste governo, se entregar o mínimo que a agência exige. Surpresa total, que poderia nos ajudar, mas inexplicável por qualquer métrica”, finaliza, em tom pessimista.
Andrei Spacov, economista-chefe da Exploritas, lembra ainda que as outras duas agências, Fitch e S&P, continuam com o Brasil dois degraus abaixo do grau de investimento, mas tanto a Moody’s quanto as demais têm um panorama positivo (perspectiva), que sinaliza que a chance de um upgrade é maior do que um downgrade.
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Para explicar a controversa decisão da Moody’s, Spacov salienta que as agências muitas vezes olham mais para o espelho retrovisor do que para a frente. “Considero esta decisão da Moody’s muito mais um reconhecimento do que o Brasil fez nos últimos cinco, dez anos, em termos de reformas estruturais e de melhoria do seu perfil de crescimento. O Brasil vem crescendo nos últimos três anos – 2022, 2023 e 2024, crescendo em torno de 3%. Se você olhar para o passado, isso é raro no Brasil, crescendo nesses níveis três anos seguidos”, ressalta.
O economista destaca reformas estruturais como da Previdência e trabalhistas, além da independência do Banco Central, fator importante para reduzir o custo do controle da inflação. Mais recentemente, houve avanços na reforma tributária, destaca. “A Moody’s era uma agência que ainda não tinha reagido a isto e está a reagir agora”, reforçando a visão de que o mercado olha muito mais à frente.
A Moody’s, por sua vez, é provavelmente a agência que mais leva em conta o crescimento, que está na base deste aumento. É também uma agência que normalmente vê o Brasil com visões menos pessimistas: a S&P e a Fitch chegaram a rebaixar o Brasil para três níveis abaixo do grau de investimento, enquanto a Moody’s não tomou essa medida.
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Vale a pena ser mais otimista?
Para Spacov, o mercado ficou mais temeroso de que o Brasil tenha enfraquecido seus esforços de reforma, o que levaria a uma situação ruim em termos de dívida pública no futuro.
“Mas também é verdade que o Brasil nos últimos 10 anos está melhor que os 10 anos anteriores. Fizemos reformas que vão facilitar o controle fiscal no futuro, principalmente a reforma previdenciária, e isso pode estar ajudando no crescimento”, destaca, ainda que parte do mercado veja o crescimento como sendo anabolizado pela expansão fiscal.
“Mas o mercado também tem razão em se preocupar com o futuro e afetar parcialmente os preços. O governo tomou medidas recentemente para retirar itens do arcabouço fiscal”, avalia, o que altera os parâmetros de leitura do cumprimento das metas fiscais do país.
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“A decisão deve refletir nesse lado mais estrutural do Brasil. Talvez o crescimento brasileiro tenha realmente melhorado. Essa é uma das principais preocupações dos ‘gringos’ com o Brasil há cinco, dez anos”, reforça.
Spacov vê. Portanto, a medida da Moody’s pode tornar o mercado um pouco menos pessimista, mas o governo precisa de dar melhores sinais para o futuro do ponto de vista fiscal para trazer qualquer melhoria mais relevante do ponto de vista do mercado.
Para Ricardo Martins, economista-chefe da Planner Investimentos e presidente executivo da Apimec Brasil, embora tenha sido inesperado, surpreendente e polêmico devido às preocupações do mercado, principalmente na avaliação da deterioração da questão fiscal, a melhora na pontuação traz maior responsabilidade para o governo, porque A perspectiva positiva abordada pela Moody’s leva o Brasil à possibilidade de se tornar um país seguro para investimentos.
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“As boas expectativas das Transações Correntes, especialmente o superávit na Balança Comercial, no PIB e nos Núcleos Inflacionários mais comportados, endereçam a perseverança do governo nesta oportunidade”, finaliza.
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