Embora a ata da última reunião do Copom, divulgada nesta terça-feira (24), tenha apontado que os diretores do Banco Central escolheram o caminho do gradualismo no ciclo de alta da Selic e que reforçaram a dependência de dados como impulsionador de decisões futuras, os economistas veem os detalhes do cenário doméstico desafiador como um sinal de que o ritmo de crescimento será acelerado.
Na sua análise, o UBS, por exemplo, destaca que em vários parágrafos da ata, o Comité de Política Monetária mencionou um hiato de produção mais estreito e positivo e expectativas de inflação desequilibradas e acima da meta.
Esta chamada lacuna ocorre quando a economia opera acima do seu potencial. Este possível superaquecimento poderá trazer pressões inflacionárias.
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“Essas variáveis combinadas dificultam a convergência da política monetária. Além disso, o Comité considerou apropriado ser gradual no primeiro aumento, enquanto os restantes aumentos serão impulsionados por dados, validando a aceleração para 50 pontos base sem dar orientação futura explícita, na nossa opinião”, explica o banco de investimento.
Leonardo Costa, economista da ASA, viu um tom um pouco mais neutro no texto, depois da “surpresa falcão” (dura) no comunicado pós-decisão dos juros. Ele destaca a falta de ênfase no ritmo de elevação dos juros nas próximas reuniões e a definição do BC como “dependente de dados” para justificar essa leitura.
Ainda assim, o economista também está entre os que acreditam em mais dois aumentos de 0,50% nas reuniões de novembro e dezembro e em mais 25 pb em janeiro, com o Banco Central encerrando o ciclo de aumentos em 12%.
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Entre os pontos destacados por Costa no texto está o comentário do Copom de que a atividade econômica resiliente, o mercado de trabalho pressionado e as expectativas de inflação elevada exigem uma política monetária mais contracionista.
Desconforto
Para o Bradesco, além da defasagem entrar no campo positivo, o Comitê demonstrou desconforto com o aumento dos salários em ritmo mais acelerado que o crescimento da produtividade. “Embora não encontrem evidências de que a pressão salarial tenha impactado os preços, a diretoria acredita que ainda haverá aumento da inflação por conta desse fator”, comenta o banco.
O Bradesco espera que a Selic suba para 11,50% no início do próximo ano, contando com alguma desaceleração da atividade, valorização do câmbio e acomodação nas expectativas de inflação nos próximos meses.
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Mas o banco considera que “a projeção de inflação do Banco Central, no horizonte relevante para a política monetária, indica uma chance de que as taxas de juros possam ser um pouco superiores ao nosso cenário base”.
Para a equipe da XP Macro, o Comitê reforçou o tom “hawkish” da declaração da semana passada, evidenciando a necessidade de uma política monetária mais restritiva. “O Copom defendeu que o início do ciclo deveria ser gradual, mas deixou as portas abertas para acelerar o ritmo de aperto adiante, se necessário”, diz o relatório.
A XP destaca que o cenário externo foi considerado pela ata ainda desafiador, mas “mais benigno que na reunião anterior”, com o Comitê avaliando “uma desaceleração gradual e ordenada da economia norte-americana”. No entanto, destacou que a coordenação macroeconómica entre regiões já não existe e há agora “menos correlação dos ciclos de política monetária entre países”.
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Contudo, o relatório destaca que é no plano interno que o cenário parece mais desafiador para a política monetária. “A ata apontou que a combinação de um mercado de trabalho robusto, uma política fiscal expansionista e empréstimos vigorosos às famílias continua a apoiar o consumo e, consequentemente, a procura agregada.”
Ainda segundo a XP, outro destaque foi em relação aos passos futuros da política monetária, já que o Comitê optou por não fornecer nenhuma orientação. “A ata defendeu que ‘o início do ciclo deve ser gradual’. Mas olhando para o futuro, o Copom preferiu continuar dependente de dados, apenas reforçando o seu ‘firme compromisso com a convergência da inflação para a meta’”.
“No geral, acreditamos que a ata de hoje é condizente com o nosso cenário de aceleração das altas dos juros para 50 bps nas próximas reuniões. Em relação à taxa Selic terminal, mantemos nossa projeção em 12,00%, reconhecendo um viés de alta considerando as projeções de inflação do Copom (3,5% no horizonte relevante) e os riscos de alta neste cenário.”
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Segundo o economista da CM Capital, Matheus Pizzani, o documento ratifica a percepção inicial do mercado de uma mudança para o campo “hawkish” por parte dos membros do Copom. “Hipótese levantada inicialmente em função do teor do comunicado divulgado pelo BC no dia do anúncio da decisão e que ficou mais claro a partir do conhecimento da abordagem dada às principais variáveis que compõem o cenário da instituição.”
Pizzani cita ainda o papel coadjuvante da esfera internacional explicitado no texto e destaca que a atenção se concentrou essencialmente nos componentes do cenário doméstico da instituição, todos marcados por uma leitura efetivamente negativa por parte do Copom.
“Destaca-se neste caso a política fiscal, cuja participação nos documentos do BC se limitou a breves menções de caráter normativo e sem muito aprofundamento. No documento divulgado hoje, o Copom abordou claramente tanto sua leitura do comportamento recente da política fiscal quanto suas expectativas para conduzi-la em um ambiente de combate à inflação.”
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Para o economista, ao destacar a opção unânime do Comitê por um ciclo gradual de aperto monetário, trata-se do comportamento verificado no ciclo imediatamente anterior, quando o comitê optou por realizar cortes sucessivos de mesma magnitude e, em determinados momentos, antecipou o mercado através de seus documentos.
“O mesmo pode ser aplicado se levarmos em conta o comportamento adotado durante o último ciclo de alta, quando o gradualismo foi deixado de lado num momento em que a situação era vista como mais crítica pela instituição”, diz Pizzani.
Para ele, a leitura do cenário apresentado hoje deixa claro que a instituição continuará a aumentar os juros nas próximas reuniões, o que será feito, porém, de forma escalonada, com o Copom aumentando a magnitude dos aumentos de reunião em reunião.
“Tal comportamento pode ser entendido não apenas como uma forma de respeito aos dados divulgados entre as reuniões, mas como uma ferramenta para que o BC recupere a credibilidade de sua política monetária, demonstrando comprometimento com a busca da meta de inflação (…) independentemente de mudanças de composição que serão enfrentadas pelo comitê na virada do ano.”
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