O Copom optou por uma declaração mais dura (“falcão”) nesta quarta-feira ao explicar os motivos que levaram à decisão de elevar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano. Embora as orientações para as decisões não tenham sido mencionadas explicitamente, os economistas afirmam que os fatores de pressão inflacionária expostos e as novas projeções de inflação cumpriram essa função.
Caio Megale, economista-chefe da XP, disse ao vivo pelo InfoMoney no YouTube que o BC traçou com clareza os desafios que temos pela frente, já que a inflação medida pelo IPCA está em 4,5%, dentro do limite de tolerância da meta de 3%.
“Correr na faixa de tolerância não é atingir a meta. Quando o BC faz as projeções, ele dá uma dica de como ele vê o futuro da taxa de juros”, comentou, explicando que a sinalização é que a Selic que está hoje no Boletim Focus não será suficiente, ou seja, mais precisa ser feito.
Considerou que será necessário avaliar vários factores que poderão interferir nas decisões, como o nível da taxa de juro da Fed, que poderá impactar a taxa de câmbio, e o rumo da actividade económica.
Rodolfo Margato, economista da XP, destacou em comentário a ênfase dada pelo Copom ao chamado “gap de produto”, diferença entre o PIB corrente e o PIB potencial, que entrou no campo positivo, aumentando o risco inflacionário. “A atividade económica e o mercado de trabalho têm apresentado um dinamismo maior do que o esperado”, comentou. Nos cálculos da XP, essa diferença gira atualmente em torno de 0,5%.
O economista citou ainda a ênfase dada pelo BC à assimetria ascendente no balanço de riscos, ou seja, mais riscos de a inflação subir do que cair, e às projeções de inflação. Neste último caso, chamou a atenção para a projeção anualizada do IPCA do 1º trimestre de 2026, de 3,5%, ainda acima das projeções de mercado.
Continua após a publicidade
A mensagem crucial, segundo Margato, veio no último parágrafo, com a menção de que “a magnitude total do ciclo que agora se inicia será ditada pelo firme compromisso de convergir a inflação para a meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação”. .
Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, afirmou que, apesar de não haver mudança significativa no cenário inflacionário, o Copom deve continuar com ciclo curto de alta, com o objetivo de reancorar as expectativas e acelerar a convergência da inflação em direção à meta.
“Poderia ser considerado um aumento na taxa de aumento para 50 bps, caso haja uma reaceleração da inflação e uma piora das expectativas, o que poderia ser resultado de uma nova deterioração fiscal seguida de impacto na taxa de câmbio”, comentou .
Continua após a publicidade
No entanto, ela lembrou que, com o início dos cortes nas taxas de juros do Fed e o cenário de arrefecimento global, a pressão cambial tende a reduzir devido ao maior diferencial de taxas de juros.
“O cenário de um curto ciclo de aumento da Selic, seguido da retomada dos cortes em 2025 poderia ser reforçado caso o governo voltasse a demonstrar controle sobre o crescimento dos gastos públicos, no sentido do cumprimento da meta fiscal, o que beneficiaria a trajetória de desinflação, bem como aliviar o prémio de risco sobre activos, incluindo a taxa de câmbio.”
Assimetria
Leonardo Costa, economista da ASA, também citou a declaração do Copom de setembro como mais “hawkish”, em grande parte devido ao reconhecimento da assimetria no equilíbrio de riscos para a inflação. E com a leitura de que o hiato do produto é positivo, já que, até então, essa leitura era lida como neutra, ou mesmo negativa.
Continua após a publicidade
Ele também comentou que o BC não se comprometeu com o aumento da taxa de juros nas próximas reuniões, ficando dependente dos próximos dados de inflação, principalmente das medidas básicas. “Apostamos em mais dois aumentos de 50 bps nas reuniões de novembro e dezembro, encerrando o ciclo em 12% na reunião de janeiro de 2025.”
Na opinião de Luis Cezário, economista-chefe da Asset 1, foi interessante notar que o Copom optou por não dar orientação explícita para a próxima reunião, deixando em aberto o ritmo e o tamanho total do ajuste que deverá fazer.
“No entanto, a combinação da projeção de 3,5% para o primeiro trimestre de 2026 e o balanço dos riscos com assimetria ascendente sugerem que o Copom deve estar vendo atualmente a necessidade de um ciclo total de 150 bps a 200 bps de aumento. Se esse for o tamanho do ajuste a ser feito, acreditamos que o cenário mais provável é o Copom acelerar a taxa de elevação dos juros para 50 pontos base a partir da próxima reunião.”
Continua após a publicidade
Rafael Yamano, economista da SulAmérica Investimentos, também reconheceu que o Copom não deu nenhuma indicação sobre o que fará na próxima reunião, continuando em ritmo gradual ou acelerando para um aumento de 50 pontos base por reunião. Mas ele disse que acredita em mais contração. “Parece-nos mais provável que ele acelere na próxima reunião. Então deixa a porta aberta para qualquer movimento”, afirmou.
Para Guilherme Jung, economista da Alta Vista Research, o comunicado destacou o ambiente externo desafiador, com momento de inflexão no ciclo econômico dos EUA, gerando incertezas sobre a desaceleração, a desinflação e o futuro da política monetária do Fed.
“Além disso, a menor sincronização entre os ciclos de política monetária nos principais países exige cautela, especialmente para as economias emergentes. A atividade econômica e o mercado de trabalho no Brasil continuam surpreendendo positivamente, com crescimento acima das expectativas”, destacou.
Continua após a publicidade
Portanto, para Jung, a decisão do Copom não surpreendeu, já que o cenário continua delicado. “O diferencial de juros em relação ao exterior deverá ajudar a aliviar a taxa de câmbio, mas as expectativas inflacionárias estão desancoradas e o quadro fiscal continua sem progressos claros. Mesmo com a Selic em alta, o mercado vê necessidade de manter a taxa em patamar contracionista por mais tempo e a taxa de juros neutra passou para patamares mais elevados.”
Para Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, porém, os próximos passos estão em aberto e dependerão dos dados, embora o Copom tenha destacado que um ciclo foi iniciado.
Igor Campos, gestor de carteira de Renda Fixa da Gauss Capital, afirma que a mensagem, apesar de dura, é necessária e condizente com o cenário econômico atual. “O Banco Central, ao se colocar novamente na vanguarda do processo de ajuste monetário, poderá colher benefícios adiante com melhoria da taxa de câmbio e das expectativas.”
emprestimos com desconto em folha
taxas de juros consignado
simulação de consignado
quero quero emprestimo
empréstimo pessoal brb
meu empréstimo
emprestimo para negativados curitiba
picpay logo
juros emprestimo aposentado
empréstimo bb telefone
auxílio brasil empréstimo consignado
simulador emprestimo aposentado
consignado auxílio brasil
onde fazer empréstimo