A desancoragem das expectativas de inflação, combinada com um mercado de trabalho aquecido e piores dados de inflação corrente, ajudaram a aumentar o alarme entre os gestores. Na visão das casas, o momento mais delicado exigirá a retomada do ciclo de aumento dos juros pelo Banco Central, com a estimativa mediana para a Selic terminando em 11% até o final do ano.
Isto é o que mostra Barômetro de Mercadopesquisas especiais realizadas por InfoMoneydivulgado nesta sexta-feira (30), durante o Expert XP 2024. A pesquisa, realizada entre os dias 26 e 28 de agosto, entrevistou 44 gestores de recursos, que juntos possuem ativos superiores a R$ 500 bilhões. Mais da metade das casas participantes (57%) administra ativos que variam de R$ 1 bilhão a R$ 10 bilhões.
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Segundo o estudo, 39% dos gestores acreditam que a taxa básica de juros deveria terminar em 10,50%, mas abaixo de 11%. Por outro lado, vale ressaltar que a segunda parcela mais relevante das respostas (34%) dadas pelas casas prevê que a Selic poderá encerrar 2024 em valor próximo a 11%, mas inferior a 11,50%.
A perspectiva de que o BC terá de aumentar os juros está diretamente relacionada às preocupações citadas pelos gestores ao listar os principais riscos que as casas veem para o mercado brasileiro no curto prazo. Os motivos mais citados foram a agenda fiscal brasileira (84% das respostas) e a inflação local (36%), seguidos de temores sobre a política monetária interna (34%) e externa (30%). Cada caixa poderia indicar 3 dos 11 itens apresentados, portanto a soma das respostas ultrapassa 100%.
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Em evento nesta sexta-feira (30), Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, voltou a manifestar preocupação com os possíveis impactos de um mercado de trabalho aquecido sobre a inflação, mas afirmou que, por enquanto, os efeitos na área de serviços não são significativo.
“Na margem, a inflação trabalhista parece ter começado a influenciar a inflação nos serviços, mas isso ainda é muito incipiente”, comentou Campos Neto durante palestra no Conexão 50 – Encontro de Líderes de Franchising, promovido pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). em São Paulo.
“Conseguimos trabalhar com desemprego menor, sem causar grande inflação na área de serviços, embora haja preocupação nas margens”, acrescentou Campos Neto.
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Embora alguns agentes defendam que o BC deveria adotar uma postura mais dura e iniciar o ciclo de aumento dos juros com um ajuste mais agressivo de 0,50 ponto percentual, a visão defendida por Campos Neto tem sido mais conservadora. Em outro evento nesta sexta-feira (30), desta vez na ExpertXP 2024, o presidente do Banco Central disse que um possível ciclo de ajuste nas taxas básicas de juros, caso ocorra, deverá ser gradual.
Outro detalhe que chama a atenção são as projeções para o dólar. Mesmo que o real tenha se valorizado em relação ao dólar recentemente, a mediana das projeções das casas sugere que a moeda americana deve terminar este ano em R$ 5,40.
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Com mínima de R$ 5,5754 e máxima de R$ 5,6919, o dólar à vista encerrou o pregão desta sexta-feira (30) em alta de 0,21%, a R$ 5,6350. Foi o quinto dia consecutivo de avanço da moeda, encerrando a semana com ganhos de 2,84%. Ao longo de agosto, a moeda apresentou desvalorização acumulada superior a 3%, mas encerrou o mês com leve perda (0,36%). No ano, a moeda subiu 16,10%.
Como foi realizada a pesquisa?
Esta edição de Barômetro de Mercado foi realizado entre os dias 26 e 28 de agosto e contou com a presença de 44 gestores do mercado financeiro. Dentre eles, 24 autorizados a serem citados na amostra.
São eles: AMW, Bahia Asset, BOCOM BBM Asset, Compass, Daycoval Asset, Gauss Capital, Hashdex, Hedge Investments, JiveMauá, Joule Asset Management, Kinea Investimentos, MOS Capital, Novus Capital, Oby Capital, Quantitas Asset Management, Schroder Investment Management Brasil, SPX Capital, SVN Gestão, Tivio Capital, Truxt Investimentos, Western Asset, WHG, XP Asset Management e Zion Invest.
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Mais da metade dos gestores participantes (57%) administram ativos que variam de R$ 1 bilhão a R$ 10 bilhões. Em seguida vêm as casas com algo entre R$ 10 bilhões e R$ 50 bilhões (23% da amostra). Dois gestores (5%) ocupam a faixa mais alta, com R$ 50 bilhões em ativos.
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