A tendência de inflação em Manjericão ainda inspira cautela por parte do Banco Central, embora o IPCA-15 de agosto tenha novamente mostrado desaceleração na comparação mensal – o dado chegou a +0,19% no mês, após alta de 0,30 % em julho e 0,39% em junho.
Os economistas alertam, no entanto, que as medidas trimestrais anualizadas e de 12 meses apontam para uma inflação em 2024 bem acima da meta. As divergências entre esses especialistas são sobre a necessidade ou não de elevação dos juros na reunião do Copom de setembro.
Para Alexandre Maluf, economista da XP, a leitura divulgada hoje foi marcada por forte deflação na alimentação doméstica. Ele lembra que no primeiro semestre houve um intenso aumento de preços, como os de insumos frescos, em decorrência de condições climáticas mais adversas (bolhas de calor em algumas regiões e chuvas intensas no sul do país).
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O movimento agora é de retorno, como mostram as últimas leituras do IPCA-15 e do IPCA completo. Itens como tomate, casaco inglês, cebola, cenoura, legumes e, mais recentemente, arroz, apresentam esse comportamento.
Mas outras leituras de preços menos voláteis apontam para uma inflação persistente e resiliente, alerta Maluf. As médias básicas, leitura que o BC acompanha com lupa, ficam em torno de 4,2% na métrica anualizada de 3 meses. “Isso mostra que o núcleo da inflação está acima da meta de 3% e isso deve continuar daqui para frente. Dá um pouco de apoio que o BC tem para reagir a esse cenário”, destaca o economista.
Outra medida citada pelo economista da XP são os serviços subjacentes – aqueles que não oscilam devido a choques momentâneos – que têm girado em torno de 5,0% nesta leitura anualizada dos trimestres.
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Maluf destaca que os bens industriais deixaram de contribuir para a desinflação, o que ajuda a manter o indicador de inflação desancorado em relação à meta do BC. “No curto prazo, as empresas industriais voltaram a acelerar (4,7%). Já é um desvio forte da meta”, explica.
Por conta dessa avaliação de tendência, a XP aposta em uma inflação de 4,4% ao final de 2024 e que essa situação deve levar o BC a iniciar um ciclo de aperto monetário em setembro que pode chegar a 150 pontos-base, com alta de 0,25 pp em setembro , dois de 0,50 pp em novembro e dezembro e um ajuste residual de 0,25 pp em janeiro. Isso levaria a Selic para 12% no início de 2025.
Atenção e cautela
Mirella Hirakawa, coordenadora de pesquisas da Buysidebrazil, por sua vez, também destaca a estagnação do processo de deflação dos serviços. “Nossas médias do núcleo de atendimento aceleraram em 12 meses, com alta de 4,54%, de 4,47%”, diz ele, lembrando que, mesmo onde foi possível observar uma descompressão na margem, ela ainda se manteve em patamares elevados.
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O economista defende que o BC deve manter atenção e cautela após esses números e lembra que as medidas trimestrais dessazonalizadas que o BC trouxe em seu relatório de inflação em junho, tanto para o título quanto para os serviços subjacentes, ficaram em níveis bem abaixo dos atuais .
“Então, apesar dessa leve melhora na margem, ela permanece em níveis acima do que o BC havia apresentado no último RTI, mostrando esse momento de maior atenção e cautela em relação ao número de serviços”, afirma Mirella.
André Valério, economista sênior do Inter, também considera que o núcleo da inflação desacelerou na margem, caindo de 0,34% em julho para 0,28% em agosto, mas que a média móvel de 3 meses permaneceu praticamente inalterada em 0,32%, sugerindo que algumas pressões observados nos últimos meses ainda persistem.
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“Apesar da desaceleração da inflação de serviços em agosto, em 12 meses a tendência ainda é ascendente, atingindo 5,14%, enquanto a inflação subjacente subiu para 4,97%. O resultado de agosto traz certo alívio em relação ao resultado fraco do IPCA de julho, mas influenciado em grande parte pelo comportamento dos alimentos, itens mais voláteis”, destaca.
Para Valério, a tendência de desaceleração da inflação de serviços deve continuar, mas de forma mais lenta, considerando a política monetária mais restritiva e o fim do impulso fiscal mais significativo do primeiro semestre.
“Os dados de hoje ajudam a evitar uma pressão ainda maior sobre as taxas de juro, com parte do mercado a fixar um aumento de 150 pontos base até ao início do próximo ano. Com a expectativa de IPCA menor em agosto e início do ciclo de cortes nos juros americanos, mantemos constante a expectativa da Selic para o futuro próximo”, prevê.
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A opinião de Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, é que a divulgação de hoje, uma vez dissipadas as correções e movimentos pontuais, não dá muitos motivos para uma visão mais pessimista dos aumentos da Selic neste momento.
A opinião de Leonardo Costa, economista da ASA, é semelhante. Ele diz que o indicador qualitativo melhorou modestamente em agosto, com a volta de parte do aumento dos serviços de veículos, que foi bastante elevado em julho.
Mas ele também chama a atenção para a aceleração trimestral do núcleo de serviços, o que ajuda a alimentar o discurso cauteloso do BC. “Nos industrializados temos uma aceleração na margem, que parece associada à recente alta dos IGPs, passando o momento mais benigno após a normalização das cadeias produtivas”, comenta.
A projeção de Costa é que o IPCA feche 2024 em 4,4%, perdendo um pouco de força em 2025, para 4,1%.
Claudia Moreno, economista do C6 Bank, também destaca no mês o alívio vindo do grupo alimentação em casa, que teve deflação de 1,30%, mas repete a leitura de cautela com os preços dos serviços.
“Embora a inflação nos serviços subjacentes tenha sido um pouco melhor do que esperávamos, deverá continuar a atingir níveis elevados. Em 12 meses, o aumento acumulado é de 5%. Com o mercado de trabalho aquecido, os salários tendem a ser reajustados acima dos ganhos de produtividade, pressionando para cima a inflação de serviços”, explica.
Para o economista, a inflação deve voltar a subir até o final do ano. “Como não vemos trégua na inflação de serviços e acreditamos na volta da inflação de bens industriais, projetamos que o IPCA feche o ano em 4,7%. Para 2025, prevemos 5%.”
Mesmo com essa projeção mais salgada, Claudia espera que a taxa Selic se mantenha em 10,5% até o final do ano. “Por enquanto, acreditamos que os fundamentos observados pelo Banco Central não indicam a necessidade de um aperto adicional da política monetária. Para 2025, nossa projeção é que a taxa básica de juros termine o ano em 9%.”
Para o Itaú, o IPCA-15 de agosto ficou em linha com as expectativas e apresentou uma composição um pouco melhor que o esperado, principalmente devido à desaceleração mensal dos serviços subjacentes. “Olhando para o futuro, esperamos que a componente de serviços permaneça sob pressão, refletindo o mercado de trabalho apertado”, afirma o banco num relatório.
O Bradesco acredita que a surpresa no número do IPCA-15 de agosto não indica uma trajetória de inflação muito diferente à frente. “A taxa de câmbio relativamente mais depreciada coloca alguma pressão sobre os preços, mas a nossa Pesquisa Empresarial sugere transferências semelhantes ao padrão histórico. Esperamos que o IPCA termine o ano com alta de 4,3%.”
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