Os bem comportados dados de inflação de julho nos Estados Unidos divulgados hoje – o índice completo subiu 0,2%, dentro das expectativas dos analistas – solidificam as projeções de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) começará a cortar taxas de juros na sua reunião de setembro, avaliam os economistas. A dúvida que fica agora é sobre a intensidade dessa redução até o final do ano.
De acordo com a plataforma FedWatch do CME Group, a probabilidade de um corte de 0,25 ponto percentual nas taxas em setembro está em 56,5%, enquanto 43,5% dos analistas acreditam que as taxas de juros poderão cair 0,50 pp já na próxima reunião. As probabilidades também estão divididas para as reuniões de novembro e dezembro.
Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, comenta que a inflação de 0,2% em julho, vinda de uma deflação de 0,1% no mês anterior, não representa nem remotamente um vetor de preocupação em termos de inflação como foi apontado nos meses anteriores.
“Em basicamente todos os grupos que compõem o IPC tivemos uma evolução inflacionária bastante bem comportada. Isso vai desde os itens mais básicos, representados pelo grupo alimentação, que apresentou inflação de 0,2% pelo segundo mês consecutivo”, comenta.
Nos preços dos bens, ela cita o exemplo dos veículos novos, que apresentaram queda de 0,2%, a quinta deflação consecutiva. “Os movimentos que têm sido observados nos produtos industriais contribuem para manter a inflação em patamar mais baixo ao longo do tempo e já estão muito ancorados ou muito próximos da meta de inflação norte-americana”, explica.
Ela considera que o grande ponto de interrogação, a grande incógnita em termos de inflação na economia norte-americana, está nos serviços.
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“Eles têm uma característica muito mais rígida em termos de resfriamento de preços e a normalização da demanda ocorreu num período posterior ao dos produtos industriais”, comenta.
Para Marcos Moreira, sócio da WMS Capital, o fato do núcleo da inflação ter subido em linha com as expectativas, embora ainda acima da meta do Fed, fortalece a tese de que “a porta para o corte dos juros em setembro não está apenas aberta, mas também escancarada .”
“Nossa projeção ainda é de corte de 0,25 p.p. [em setembro]apesar do mercado discutir a possibilidade de um corte de meio ponto percentual. Mas continuamos com a nossa visão de três cortes de 0,25 pp em setembro, novembro e dezembro”.
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Para Danilo Igliori, economista-chefe do Nomad, apesar de apresentarem ajustes marginais e próximos das expectativas, os dados do IPC do mês de julho reafirmam a continuidade do processo de desinflação iniciado nos últimos meses, tanto no índice completo quanto na medida núcleo.
“As reações do mercado foram tímidas após o anúncio, mas os números ajudam a manter a visão de que o ciclo de cortes realmente começará em setembro. Por outro lado, não oferece informações relevantes para ajudar nas projeções sobre a velocidade e extensão da flexibilização monetária”, alerta.
Ele lembra que, no momento, as apostas apontam que o ciclo abra com corte de 0,25 ponto percentual em setembro, restando mais 0,75 p.p. para as duas reuniões finais deste ano, com o Fomc levando a taxa básica para 4,25% em Dezembro. “Se for dado o início do ciclo, suas características permanecem em aberto”, avalia Igliori.
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Trajetória favorável
Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank, afirma ainda que a composição do índice ilustra a trajetória de desaceleração da inflação americana. “Embora a inflação dos bens permaneça negativa, a inflação dos serviços já apresenta uma tendência descendente. Em termos anualizados, a inflação dos serviços nos últimos 12 meses caiu de 5% em junho para 4,9% em julho”, afirma.
Para ele, embora acima da meta, os dados mostram inflação controlada e em trajetória descendente. “Este resultado, aliado aos dados que indicam uma desaceleração do mercado de trabalho, reforça a nossa expectativa de que a Reserva Federal comece a cortar as taxas de juro na reunião de setembro.”
Andressa Durão, economista da ASA, tem uma posição mais cautelosa. Para ela, o número de hoje não altera o cenário de início do ciclo de corte em setembro (de 25 bps), já que o núcleo da inflação ficou em linha com o esperado, em taxa considerada baixa e favorável à queda dos juros.
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Mas ela alerta que o IPC de hoje pode levar a revisões em alta nas projeções de inflação ao consumidor (PCE) de julho, após os preços industriais (PPI) de ontem. “Mas mais importantes do que estes dados serão os dados do mercado de trabalho, a serem divulgados no início de setembro. Até a decisão de setembro, teremos a divulgação de mais um mês de dados de inflação e um de emprego.”
O Bradesco, por sua vez, destaca as métricas de inflação de 3 e 6 meses, que mantiveram a tendência de queda. “Os dados divulgados hoje, além da surpresa positiva com o PPI de ontem (alta de 0,1%), reforçam a trajetória benigna da inflação nos EUA, rumo à meta de 2,0%”, comenta o banco em relatório.
“Esses números sugerem um aumento de 0,18% no núcleo do PCE em julho. Tal comportamento, portanto, contribui para que o Fed inicie o ciclo de cortes de juros na sua próxima reunião de política monetária, em setembro.”
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