Um novo relatório sobre Inteligência Artificial feito pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) salienta que os avanços neste ramo da inovação tecnológica apenas aumentarão o já grande fosso entre os países de alto e baixo rendimento, a menos que seja tomada uma acção internacional cooperativa.
O estudo lembra que mais de 300 mil milhões de dólares são gastos anualmente a nível mundial em tecnologia para aumentar a capacidade computacional, mas estes investimentos concentram-se principalmente nas nações mais ricas, criando uma disparidade no acesso a infra-estruturas e no desenvolvimento de competências.
E isto coloca os países em desenvolvimento e as suas startups nacionais numa enorme desvantagem.
O estudo afirma que, na América Latina, Ásia e África, a percentagem de potencial de emprego exposto à automação é muito menor do que nas regiões mais desenvolvidas, devido à maior percentagem de trabalhadores empregados em profissões que não estariam expostas à tecnologia generativa de IA, como na agricultura, transporte ou venda de alimentos.
No entanto, a IA generativa tem o potencial de afectar o futuro do emprego para uma parte significativa da população destes países menos desenvolvidos.
América latina
Na América Latina, por exemplo, o impacto será mais sentido nas profissões dos sectores financeiro, dos serviços profissionais e da administração pública. Por outras palavras, são bons empregos, cuja perda teria efeitos multiplicadores negativos, tanto económica como socialmente.
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Entre os grupos populacionais mais expostos na região estão as mulheres com maior nível de escolaridade e que vivem em áreas urbanas. A OIT alerta que esta análise regional não abordou o potencial de criação de novos empregos com os avanços tecnológicos.
Globalmente, o relatório também observa que as mulheres são também as mais vulneráveis aos efeitos automatizados da IA, particularmente em funções de terceirização de processos empresariais e de escritório, como os call centers, que são predominantes nas economias em desenvolvimento.
No entanto, a investigação sugere que, embora a automatização represente um risco de deslocação de postos de trabalho, também oferece potencial para o crescimento do emprego, melhorando a qualidade e a produtividade do trabalho.
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De acordo com a OIT, parcerias globais e estratégias proativas para apoiar as nações em desenvolvimento – incluindo o acesso à infraestrutura digital – competências e diálogo social são pré-requisitos necessários para colmatar o fosso tecnológico e garantir que a revolução da IA não deixe parcelas significativas da população mundial para trás. .
O relatório propõe três pilares políticos: o reforço da cooperação internacional, o reforço das capacidades nacionais e a abordagem da IA no mundo do trabalho.
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