O Ministro das Finanças, Fernando Haddad (PT)defendeu, nesta quarta-feira (24), a participação mais ativa dos países desenvolvidos, em parceria com as nações em desenvolvimento, para combater as mudanças climáticas em todo o mundo e incentivar o financiamento de projetos e iniciativas que visem a sustentabilidade e a economia verde.
Após participar, pela manhã, da cerimônia de abertura da reunião da força-tarefa do G20 e do pré-lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, no Rio de Janeiro (RJ), Haddad fez um discurso durante o evento “Emirados Árabes Unidos COP28-G20: Tornar o financiamento sustentável disponível e acessível”, paralelo à agenda oficial da reunião.
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Além do chefe da equipa económica o Ministro do Ambiente e Alterações Climáticas Marina Silva (Rede)também participou do debate.
Segundo o Ministro das Finanças, a crise climática global é “um dos desafios mais urgentes do nosso tempo”. “Estamos juntos em um momento crítico. Tragédias ambientais como as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul comprovam que a urgência de agir contra as mudanças climáticas nunca foi tão grande”, disse Haddad.
“Mais de um terço dos setores da economia real estão altamente expostos a riscos físicos relacionados com as alterações climáticas”, continuou o ministro. “As decisões que tomamos e as ações que tomamos em fóruns como o G20 e a COP terão repercussão global e definirão o legado que deixamos para as gerações futuras.”
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Depois de listar algumas iniciativas e programas do governo brasileiro, Haddad convocou outros países a agirem no combate às mudanças climáticas.
“Nossos esforços nacionais não são suficientes. As alterações climáticas são um desafio global e exigem uma resposta global”, afirmou o Ministro das Finanças. “Precisamos de desbloquear todo o potencial do capital público e privado para impulsionar a transição justa para uma economia global e resiliente.”
Neste sentido, Fernando Haddad afirmou ainda que é urgente criar “um ambiente favorável que incentive investimentos privados em tecnologias verdes e infraestruturas sustentáveis”.
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“Isto inclui o desenvolvimento de instrumentos financeiros inovadores, como obrigações verdes e mecanismos de financiamento misto, que possam atrair capital privado em grande escala”, observou.
Marina Silva
A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, que falou antes de Haddad, também pediu a cooperação dos países ricos no combate aos efeitos das mudanças climáticas.
“Os países ricos devem liderar esta corrida, mas todos temos responsabilidades. Estas são responsabilidades comuns, mas diferenciadas. Nenhum de nós está isento dessa responsabilidade”, afirmou Marina.
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“Os países em desenvolvimento precisam de ajuda e os países desenvolvidos devem liderar esta corrida”, continuou o ministro. “É fundamental que, juntos, possamos encontrar as soluções. Já passou o tempo de exigirmos uns dos outros quem está fazendo mais e quem está fazendo menos. Este é o momento de ouvir o que a ciência e o bom senso exigem de cada um de nós. Olhar para o princípio da justiça climática, para uma transição justa e responsável”, acrescentou.
Assim como Haddad, Marina Silva mencionou a tragédia climática que assolou o Rio Grande do Sul e também as queimadas que atingiram o Pantanal. “Milhões de pessoas foram afetadas por eventos climáticos extremos. E agora vivemos uma situação terrível de seca no Pantanal, com incêndios que estão causando um enorme impacto na biodiversidade e na vida das pessoas”, disse ela.
“Gostaria de lembrar aos líderes do G20 que somos responsáveis por 80% dos recursos financeiros do planeta. Somos também responsáveis por 80% das emissões de gases que provocam as alterações climáticas. Portanto, temos a obrigação de dar o exemplo, para que possamos enfrentar corretamente esse problema”, finalizou Marina.
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Reunião do G20
Na reunião do G20, esta quarta-feira, os ministros dos países que integram o bloco aprovaram os textos dos documentos constitutivos da Aliança – a partir de agora, a iniciativa está aberta à adesão.
A expectativa é que a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza seja lançada definitivamente em novembro deste ano, novamente no Rio, durante a Cúpula dos Líderes do G20.
Ao longo de 2024, o grupo de trabalho reuniu-se diversas vezes para avançar com a proposta e desenhar os contornos da Aliança. A força-tarefa é formada pelos ministérios da Fazenda, das Relações Exteriores e do Desenvolvimento e da Assistência Social, da Família e do Combate à Fome.
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