O impacto no varejo das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em maio foi menor do que o esperado e isso acabou contribuindo para que os dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) surpreendessem os economistas. Este comportamento deverá tornar o PIB do segundo trimestre do ano mais forte do que o projetado.
As vendas no varejo no Brasil aumentaram 1,2% em maio no conceito restrito e cresceram 0,8% no conceito ampliado, métrica que inclui vendas de veículos, motocicletas, partes e peças, materiais de construção e cash and carry.
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Para Rodolfo Margato, economista da XP, o desempenho reflete o momento forte da renda das famílias brasileiras, com desemprego na menor taxa em 10 anos, salários reajustados acima da inflação e maiores repasses fiscais do governo. A XP estima que a renda familiar aumente 6% em termos reais em 2024.
Mas um dos pontos que mais chamou a atenção nos dados divulgados pelo IBGE, segundo o economista, foi a leitura específica do Rio Grande do Sul, estado que sofreu com a tragédia climática das chuvas no mês.
O índice do varejo restrito total do estado cresceu 1,8% em maio, acima da média de 1,2% do Brasil.
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“É claro que muitas atividades foram afetadas negativamente, como as vendas de veículos, que contraíram 34% em relação a maio de 2023. Porém, alguns segmentos apresentaram crescimento acentuado”, comenta, citando especialmente supermercados e vendas de alimentos e bebidas, que cresceram quase 20% em maio em comparação com abril.
“Provavelmente, as famílias gaúchas correram para os supermercados para estocar itens básicos”, afirma, lembrando que também aumentaram as vendas de produtos farmacêuticos, medicamentos e de higiene pessoal, além de roupas.
Margato afirma que a PMC de maio confirma que o consumo segue firme no Brasil, em linha com a forte expansão da renda disponível das famílias e o elevado nível de transferências fiscais. “O resultado firme do varejo deve reforçar as expectativas de bom crescimento do PIB no segundo trimestre de 2024. Por enquanto, mantemos a projeção do PIB em 2,2% em 2024, com leve viés de alta.”
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Tatiana Pinheiro, economista-chefe de Galápagos, destaca a alta no mês em setores como hipermercados, vestuário e, principalmente, cash and carry. “Em linha com as expectativas, o comércio continua a ser impulsionado muito mais pela renda do que pelo crédito. Essa forte exigência faz parte do quadro de avaliação do BC para a manutenção da taxa Selic em 10,5% ao longo deste ano”, analisa.
André Valério, economista sênior do Inter, é outro especialista a comentar que o impacto da catástrofe no Rio Grande do Sul não parece ter impactado os resultados do varejo restrito.
“Por um lado, o impacto das cheias gera uma procura de reposição de activos perdidos, precisamente por parte dos sectores que mais contribuíram para o desempenho do mês. Por outro lado, o varejo ampliado teve desempenho inferior, em parte pelos impactos das enchentes”, compara, destacando que o varejo ampliado no RS caiu 2,8% em maio.
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Claudia Moreno, economista do C6 Bank, por sua vez, lembra que houve certa preocupação com o impacto que as chuvas no Sul poderiam ter no comércio, mas também analisa que os números de maio indicavam a resiliência do setor, que deverá contribuir significativamente para o crescimento económico este ano.
“Na nossa opinião, os estímulos fiscais e o aumento da massa salarial ajudaram a estimular a atividade económica no primeiro semestre do ano. Acreditamos que o mercado de trabalho continuará forte até o final do ano, mas que os estímulos fiscais deverão diminuir.”
A projeção do C6 Bank é que o PIB cresça perto de 1% no 2º trimestre e 2,2% em 2024.
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Resiliência
O Bradesco BBI também projeta que os resultados sugerem viés de alta do PIB no 2º trimestre, acompanhando o impacto limitado nas vendas no varejo devido às enchentes no Rio Grande do Sul.
“Os dados do sector dos serviços de amanhã deverão ajudar ainda mais nesta avaliação. Os segmentos mais ligados à renda deverão confirmar a resiliência do consumo familiar, impulsionado principalmente por um mercado de trabalho dinâmico. Para 2024, mantemos nossa projeção de crescimento do PIB em 2,3%.”
Igor Cadilhac, economista do PicPay, comenta que o desempenho traz viés de alta na projeção de 3% para o varejo em 2024 e que esse sinal reflete os efeitos moderados das enchentes no RS em maio. “Nossa perspectiva continua sendo de que o mercado de trabalho aquecido, o crescimento da renda, o aumento do crédito para pessoas físicas e a inflação bem comportada continuarão impulsionando o consumo das famílias.”
Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, considera que o desempenho quantitativo do indicador não deve necessariamente ser interpretado como uma retomada da demanda por bens no setor de comércio. Principalmente aqueles cuja demanda depende da captação de crédito junto às instituições financeiras. Os bons resultados dependem, de facto, cada vez mais do consumo de bens de menor valor acrescentado, sobretudo alimentares.
“A primeira evidência nesse sentido vem do fato de que dos 8 grupos que compõem o indicador, 3 diminuíram no mês. Outro fator relevante é a análise do crescimento sustentado. Dos 5 grupos que apresentaram expansão em maio, apenas 3 não haviam recuado no mês anterior. Em relação ao varejo ampliado, houve queda tanto em veículos automotores quanto em materiais de construção”, compara.
Ou seja, enquanto bens de maior valor agregado e dependentes do uso de crédito sofrem intensamente os impactos de uma taxa de juros que inibe o consumo, os bens de menor valor agregado na verdade tiveram melhor desempenho, com crescimento perene, sustentados por maior demanda. pela população.
“Prospectivamente, para o restante do ano, a perspectiva de Selic mais alta tende a prevalecer como vetor negativo para o comércio, reduzindo seu potencial de crescimento ao longo do ano devido a um movimento amplamente observado nos últimos meses”, afirma Carla.
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