A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional expressou apoio ao seu principal negociador enquanto o órgão avalia o futuro do programa de 44 mil milhões de dólares da Argentina, depois de o presidente Javier Milei ter criticado subtilmente a autoridade.
Rodrigo Valdes, diretor para o Hemisfério Ocidental, é o funcionário mais graduado do FMI que lidera as negociações com o governo de Milei, que busca financiamento em um possível novo programa. O presidente libertário mencionou Valdés numa entrevista de rádio no mês passado, sem o nomear, criticando o período em que o responsável do FMI foi ministro das Finanças do Chile, de 2015 a 2017, sugerindo que a sua ideologia económica era demasiado esquerdista.
A diretora-gerente Kristalina Georgieva “tem total confiança em Rodrigo Valdes e em toda a sua equipe de liderança sênior”, disse a porta-voz-chefe do FMI, Julie Kozack, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (11). “Nosso envolvimento com as autoridades argentinas continua ativo e construtivo.”
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Aparentemente, Milei não está sozinho na sua opinião sobre o funcionário do FMI. O jornal La Nación também informou que o ministro da Economia, Luis Caputo, disse numa reunião em junho que esperava negociar com outras autoridades em vez de Valdés.
A assessoria de imprensa de Caputo não quis comentar, citando os comentários do ministro numa entrevista à rádio também esta quinta-feira, na qual disse que “a relação com o Fundo é excelente” e que “começamos a falar de um novo acordo para este ano”.
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As críticas de Milei mostraram a grande diferença de pontos de vista sobre questões políticas fundamentais entre a sua equipa económica e os responsáveis do FMI, que afirmaram em Junho que a Argentina se tinha comprometido a tornar a sua política cambial mais flexível. Desde então, o presidente tem indicado que irá na direção oposta, desacelerando o ritmo de desvalorização mensal do peso.
Kozack, no entanto, aplaudiu os esforços de austeridade da Argentina, bem como a aprovação do pacote de reformas de Milei no Congresso.
Funcionários do FMI foram retirados das negociações com a Argentina no passado, mas Valdés – que foi nomeado pessoalmente por Georgieva – assumiu o seu papel há pouco mais de um ano, quando a revisão do programa actual já estava bem encaminhada. Em 2020, um dos antecessores de Valdés, Alejandro Werner, afastou-se das negociações após desentendimentos com o ministro da Economia, Martin Guzman. Werner se aposentou logo depois que suas críticas se tornaram públicas.
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Espera-se que tanto Georgieva quanto as autoridades argentinas estejam no Brasil ainda este mês para uma reunião de ministros das finanças e presidentes de bancos centrais do G20. Kozack recusou-se a discutir possíveis negociações bilaterais, dizendo que fornecerá mais informações sobre a agenda do diretor-gerente no momento apropriado.
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