Embora o segundo trimestre tenha começado com forte expansão da atividade de serviços – o IBGE anunciou hoje que o volume do setor aumentou 0,5% em abril em relação a março – os economistas consideram que há sinais de contenção pela frente.
Entre os motivos de cautela estão o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul, que só deve aparecer nos dados de maio, os efeitos menos presentes de recursos extras provenientes do pagamento de precatórios e um início de acomodação nos serviços prestados às famílias .
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Claudia Moreno, economista do C6 Bank, destacou em sua análise que os dados de abril ficaram acima tanto da sua projeção (+0,3%) quanto da mediana do mercado (+0,2) e que isso corrobora a ideia de expansão da atividade econômica brasileira no início do segundo trimestre.
Mas ela chama a atenção para a queda de 1,8% no volume de serviços prestados às famílias, que é um importante termômetro do crescimento do PIB – embora a retração tenha sido menor que a esperada pelo C6 Bank (-2,8%). “Indicadores de alta frequência, como buscas na internet por atividades recreativas, hotéis e restaurantes, apresentavam queda acentuada”, destacou.
O economista disse ainda que o que impulsionou o sector dos serviços em Abril foram a categoria de transportes, que inclui os serviços auxiliares aos transportes e correio, e a categoria de outros serviços, que reúne planos de saúde, actividades imobiliárias, actividades de apoio à agricultura, gestão de resíduos, entre outras áreas.
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Claudia lembrou que a projeção do banco é que o setor de serviços brasileiro cresça 1,4% em 2024 em relação a 2023, mas considerou que será a pesquisa de serviços de maio que considerará o impacto gerado pela tragédia ambiental no Rio Grande do Sul. “Lá. é que teremos uma ideia melhor das consequências das cheias para a actividade económica do país”, disse.
A projeção do C6 Bank para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 continua em 2,2%.
Sinais contraditórios
A XP, por sua vez, destaca em relatório que uma análise mais detalhada dos dados mostra que o setor voltou a trazer sinais contraditórios, já que três dos cinco principais segmentos avançaram em abril.
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“Do lado positivo, os Serviços de Informação e Comunicação mantiveram uma sólida tendência ascendente, com expansão generalizada. Além disso, os Serviços de Transporte registaram o segundo ganho consecutivo, com destaque para a recuperação dos Transportes Rodoviários e o salto dos Transportes Aéreos, refere o relatório.
Por outro lado, os Serviços Prestados às Famílias – especialmente os serviços de alimentação – e os Serviços Profissionais e Administrativos perderam força na margem.
A XP projeta que o setor geral de serviços cresça 2,7% este ano, próximo ao ganho de 2,4% registrado em 2023. O rastreador da XP para o crescimento do PIB do 2º trimestre está em +0,5% em relação ao trimestre anterior e +1,4% em relação ao mesmo período anterior ano – já considerando os efeitos do desastre natural no Rio Grande do Sul. “Continuamos projetando que o PIB do Brasil crescerá 2,2% em 2024.”
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Para o Santander Brasil, os sinais para abril são positivos, mas há riscos a serem monitorados. “Embora a maioria dos segmentos tenha registado aumentos, os serviços às famílias caíram, o que poderá representar um risco para o consumo das famílias no futuro.”, diz a análise do banco.
“A nosso ver, o resultado reforça a perspectiva de desaceleração do PIB no 2º trimestre de 2024, principalmente considerando o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul, que deve se refletir nos resultados de maio.
Igor Cadilhac, economista do PicPay, comentou que a PMS divulgada hoje mostra o bom momento da atividade econômica brasileira, que vem se beneficiando de um mercado de trabalho em pleno emprego, de uma massa salarial crescente e de uma inflação bem comportada. “Olhando para frente, esperamos que esse cenário se mantenha ao longo do ano. Por enquanto, projetamos crescimento do PIB de 0,3% no segundo trimestre e de 2,1% no ano.”
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Moderação
Na avaliação do Bradesco, os serviços iniciaram o segundo trimestre com bom ritmo de crescimento. Contudo, em Maio a receita do sector deverá sofrer o impacto das cheias.
“Atividades como transportes e serviços prestados às famílias deverão ser as mais afetadas. Nossa projeção indica que a economia deverá crescer, no trimestre encerrado em junho, um pouco menos que o verificado no primeiro trimestre do ano”, previu o banco.
Segundo o Bradesco, pesando a pesquisa pelo peso das atividades no PIB, é possível perceber um aumento de 0,3% na margem e isso deixa um transporte estatístico de 0,7% para o segundo trimestre. “No primeiro trimestre, a PMS ponderada pelo PIB aumentou pouco menos de 2%. Para 2024, nossa projeção permanece em 2,3%.”
O Itaú afirmou em relatório que o desempenho do setor em abril esteve em linha com suas expectativas, mas que é importante destacar a queda nos serviços profissionais e nos serviços oferecidos às famílias, que têm maior peso no PIB. “Indicam alguma moderação da atividade económica no segundo trimestre”, concluiu.
A Goldman Sachs lembrou que os serviços às famílias estão agora abaixo do nível de dezembro de 2023. Embora o banco de investimento espere alguns ganhos com os estímulos fiscais ainda significativos, a análise é que esta situação será mitigada pelas condições monetárias e financeiras internas restritivas, pelo ainda elevado níveis de endividamento das famílias.
Além disso, o Goldman Sachs cita o aumento da incerteza política e o menor impacto dos massivos R$ 94 bilhões para pagamento governamental de precatórios, que teve maior impacto no início de 2024.
Matheus Pizzani, economista da CM Capital, alertou que a composição do indicador foi marcada por movimentos sazonais esperados, como a queda no conjunto de serviços prestados às famílias (-2,8%), cuja retração se deveu essencialmente à queda do subgrupo alojamento e alimentação (-2,3%).
Teria sido uma correção dos máximos dos meses anteriores num período de maior normalidade da procura, dada a ausência de fatores como férias ou feriados prolongados.
Para ele, outro movimento que poderia ser antecipado era a queda no grupo de serviços profissionais e administrativos, que corrigiu os fortes aumentos dos últimos meses e viu todos os seus subcomponentes, com exceção dos aluguéis de imóveis, também caírem.
Pizzani disse que, dada a importância relativa que tem para o desenvolvimento futuro da política monetária, a análise da PMS de Abril deverá ser feita com alguma parcimónia.
“Embora os dados globais e alguns de seus subcomponentes possam sugerir um nível excessivamente aquecido da atividade econômica, é necessário levar em conta que uma parcela desses dados não tem necessariamente o potencial de resultar em pressão inflacionária, o maior exemplo disso sendo o avanço do conjunto de serviços de transporte, impulsionado por fatores corretivos como movimentos relacionados à economia internacional.”
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