Vastos oceanos cobrem 70% da superfície do nosso planeta, desempenhando um papel crucial na sobrevivência humana, fornecendo alimentos e oxigénio e agindo como um amortecedor contra as alterações climáticas. Apesar da sua importância, os oceanos estão cada vez mais ameaçados por aquecimento global e a atividade humana, com temperaturas crescentes impactando frágil ecossistemas marinhos.
Mais de 100 nações, incluindo os Estados Unidos, concordaram em proteger 30% dos oceanos do mundo até 2030, através de uma iniciativa conhecida como “30 por 30”. Este objetivo envolve o estabelecimento de Áreas Marinhas Protegidas, ou AMPs, onde as atividades humanas são limitadas ou proibidas para preservar a vida marinha.
Nas Bahamas, todas as águas são consideradas santuários de tubarões. Além disso, a nação insular também designou muitas Áreas Marinhas Protegidas, todas pensadas para ajudar na recuperação de populações de tubarõesque são críticos para a saúde dos recifes de coral.
Muitas dessas áreas fazem parte de um censo global de tubarões em andamento chamado FinPrint. Em 2018, esse estudo revelou um declínio de 63% nas cinco principais espécies de tubarões de recifesendo a sobrepesca e a indústria da carne de tubarão parcialmente culpadas.
Candace Fields trabalha com a FinPrint e está usando tecnologia inovadora para coletar novos dados e verificar se essas áreas protegidas ajudam as populações de tubarões de recife a se recuperarem.
“Essas AMPs podem ser a maneira de ajudar esses tubarões a se recuperarem um pouco do abismo”, disse ela.
Existem mais de 18.000 AMPs que cobrem cerca de 8% da superfície do oceano, segundo dados das Nações Unidas. No entanto, os grupos conservacionistas afirmam que a maioria são apenas linhas num mapa porque cerca de dois terços delas têm pouca ou nenhuma aplicação.
As Bahamas aplicaram estritamente zonas de proibição de pesca e patrulham ativamente suas águas com a Força Real de Defesa das Bahamas. Durante as patrulhas, as autoridades garantem o cumprimento das leis locais, dissuadindo as atividades de pesca ilegal, especialmente de embarcações estrangeiras. A sua abordagem rigorosa é apoiada por tecnologia avançada, incluindo inteligência artificial e rastreamento de navios.
“Estamos lá 24 horas por dia, 7 dias por semana e se você vier, nós o pegaremos”, disse o comandante sênior William Sturrup, que supervisiona muitas das operações.
“Estamos na linha de frente como militares. É assim que é importante para o nosso governo proteger os nossos recursos marinhos”, disse ele.
A tecnologia desempenha um papel significativo nestes esforços, de acordo com Gregg Casad da WildAid, que ilustrou as ferramentas avançadas utilizadas para monitorizar e proteger o oceano.
“Este é um grande pedaço de oceano, certo? Então, estamos usando essa tecnologia para ajudar a concentrar os esforços de patrulha”, disse Casad.
À medida que o mundo enfrenta o aquecimento climático, os oceanos desempenham um papel crítico na regulação da temperatura da Terra, absorvendo 90% do excesso de calor gerado pelas alterações climáticas. A sua proteção não é apenas essencial para a biodiversidade marinha, mas também para mitigar impactos ambientais mais amplos.
“Existem inúmeras razões pelas quais devemos trabalhar para manter os oceanos o mais saudáveis possível”, disse Fields.