O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou uma carta ao evento evangélico Marcha para Jesus, que aconteceu nesta quinta-feira (30), em São Paulo. Lula foi convidado, mas não participou pessoalmente da Marcha. O presidente está em Brasília.
Na carta, o presidente escreveu que o amor e a comunhão pregados por Jesus norteiam o trabalho do governo, “que tem um foco muito preciso: união e reconstrução”.
“Uma das características mais formidáveis da Marcha é sua capacidade de reunir fiéis de diferentes igrejas cristãs do Brasil e do mundo, sendo um evento aberto e inclusivo, que permite a participação de toda a população”, escreveu o presidente na carta. .
“Esta é uma demonstração inequívoca da prática daquilo que Jesus nos ensinou: a ‘comunhão’, que promove e fortalece os laços entre as pessoas. Como Jesus nos disse: ‘Amem-se uns aos outros. Assim como eu amei vocês, vocês devem amar uns aos outros. Se vocês tiverem amor uns pelos outros, todos reconhecerão que vocês são meus discípulos’ (João 13:25-26)”, acrescentou.
Este ensinamento é o que norteia o trabalho do nosso governo, que tem um foco muito preciso: união e reconstrução. Temos um profundo compromisso, com todos os brasileiros, na construção de um país mais justo e inclusivo. As ações do meu governo são desenvolvidas com base nesta premissa e buscam promover uma vida digna para a família brasileira
Luiz Inácio Lula da Silva
A carta é dirigida ao Apóstolo Estevam Hernandez, da Igreja Renascer em Cristo e presidente da Marcha para Jesus. O Presidente Lula afirmou que, “infelizmente, por não poder estar presente, solicitou ao Ministro-Chefe da Procuradoria-Geral da República, Jorge Messias, que o representasse, bem como ao próprio governo. Jorge Messias é evangélico.
Lula escreveu ainda que, como cristão, sente-se “feliz em ver a dimensão que o acontecimento tomou”. Ele destacou que foi ele quem sancionou a lei que criou a Marcha Nacional pelo Dia de Jesus, em 2009.
O presidente Lula busca se aproximar da parcela evangélica da população. Esta semana, aliás, a Frente Parlamentar Evangélica no Congresso se organizou para derrubar um veto específico do presidente Lula.
Ao aprovar uma lei orçamentária, no final do ano passado, o Congresso havia estabelecido que “é vedada à União a realização de despesas que, direta ou indiretamente, promovam, incentivem ou financiem”:
- “Invasão ou ocupação de propriedades rurais privadas”;
- “Ações que visam influenciar crianças e adolescentes, da creche ao ensino médio, a terem opções sexuais diferentes do seu sexo biológico”;
- “Ações tendentes a desconstruir, diminuir ou extinguir o conceito de família tradicional, formada por pai, mãe e filhos”;
- “Cirurgias para crianças e adolescentes para mudança de sexo”;
- “Realizar aborto, exceto nos casos autorizados por lei.”
O presidente Lula, porém, ao sancionar o texto, vetou todo esse trecho. Ou seja, que a União não estaria proibida de incorrer nessas despesas. A bancada evangélica, porém, ajudou a derrubar o veto para que essa parte volte a vigorar. Portanto, fica vedado à União ter quaisquer despesas relacionadas a esses pontos.
Compartilhar: