“Biônica”, novo filme brasileiro da Netflix, estreou no serviço de streaming nesta quarta-feira (29). A ficção científica se passa em São Paulo, em um futuro distópico.
Na trama, Maria (Jéssica Córes), uma atleta prodígio, acaba perdendo o protagonismo no esporte após atletas com próteses biônicas terem melhor desempenho, incluindo sua irmã, Gabi (Gabz). Para superá-lo, ela se envolve em um mundo de crime e violência ao lado de Heitor (Bruno Gagliasso).
Em entrevista com CNNo diretor Afonso Poyart (“Presságios de um Crime” e “Aldo – Mais Forte que o Mundo”) falou sobre a origem do filme, como foi fazer um filme com muitos efeitos visuais e refletiu sobre o avanço da tecnologia, tema abordado no título.
Segundo o diretor, a ideia da trama “veio da realidade”: “Oscar Pistorius é um atleta paraolímpico sul-africano que possui duas próteses e criou uma grande polêmica porque passou a realizar mais do que muitos atletas nas Olimpíadas convencionais. Por causa dessa semente, tivemos essa ideia de imaginar um futuro e extrapolamos isso para algo que não é real.”
“Imaginamos um futuro em que as próteses biônicas dessem poderes e como isso impactaria a vida não só dos atletas, mas da sociedade”, explicou.
Poyart revelou que para criar o universo distópico de “Bionics” se inspirou em títulos como “Blade Runner” (1982) e “Distrito 9” (2009).
Para o diretor, a trama é um “conto de advertência”, como ‘Black Mirror“: “Temos hoje uma experiência muito intensa com a tecnologia. Isso transforma muito a nossa existência e o relacionamento com as pessoas.”
“Mostramos uma personagem principal que só conseguirá o que deseja se se render ao lado biológico aumentado, que só se consegue com algo sintético. Acho que estamos vivendo um pouco neste mundo. Temos óculos de realidade virtual e cada vez mais o real é multiplicado pelo virtual. De certa forma, dá mais capacidade a nós humanos, mas também perdemos um pouco”, continuou.
“Biônica” é a segunda produção do cineasta sobre próteses biônicas. Em 2021, realizou o curta “Protesys”, estrelado por Cauã Reymond e pelo atleta paralímpico Flávio Reitz. Segundo Poyart, serviu como um “experimento” para entender o que seria possível fazer no filme.
“Como é uma história que tem muitos efeitos visuais, sempre tivemos a dúvida se conseguiríamos fazer isso em escala de longa-metragem”, explicou.
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