O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira (28) que a Ucrânia deveria realizar uma eleição presidencial após o fim do mandato de cinco anos do presidente Volodymyr Zelensky.
Zelensky não compareceu às eleições apesar do fim do seu mandato, devido ao atual conflito do país com a Rússia. O actual presidente e os seus aliados acreditam que a decisão de adiar as eleições seria a coisa certa a fazer em tempos de guerra.
Putin disse que a única autoridade legítima na Ucrânia agora é o parlamento. Para o presidente russo, o chefe da assembleia ucraniana que deveria liderar o país.
Ucrânia não tem planos de realizar eleições presidenciais
As eleições ucranianas deveriam ocorrer em 31 de março. Embora tenha sido o dia em que a Constituição diz que a Ucrânia deve votar, também não permite a realização de eleições em tempos de guerra.
A alternativa seria suspender a lei marcial durante o período eleitoral.
O próprio Zelensky disse estar aberto à ideia, mas nos últimos meses deixou claro que não é algo que ele acredita que o país possa ou deva fazer.
As sondagens de opinião também sugerem que há pouca vontade de votar entre os ucranianos – apenas 15% dos entrevistados disseram ao Instituto Internacional de Sociologia de Kiev, em Fevereiro, que o país deveria realizar eleições.
Oleksiy Koshel, do Comité de Eleitores da Ucrânia, um grupo de pressão que procura defender os direitos democráticos, vê um claro cálculo político em ação.
Koshel acredita que a equipe de Zelensky inicialmente queria realizar eleições porque o apoio do presidente era muito grande. Mas quando o seu apoio começou a diminuir no final do ano, a liderança esfriou a ideia.
Ruslan Stefanchuk, Presidente do Parlamento da Ucrânia, eleito com o apoio do partido “Servidor do Povo” de Zelensky, articula a posição do governo.
O político ucraniano disse CNN, não seria possível garantir que todos os elegíveis pudessem votar. Ele apontou para os 7 milhões de pessoas que se acredita terem deixado a Ucrânia desde o início da invasão em grande escala e para os vários milhões que foram deslocados internamente.
Mais sensíveis, talvez, sejam as pessoas que vivem no que a Ucrânia chama de territórios temporariamente ocupados. Isto representa cerca de 20% do país que está sob controle russo.
Outro grupo de pessoas cuja participação nas eleições representaria um desafio são os das forças armadas, especialmente os que estão em posições de combate na linha da frente.
“Seria injusto privar os soldados que defendem a independência do nosso país do direito de votar nas eleições à custa das suas vidas e saúde”, disse Stefanchuk.
Com informações da Reuters.
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