O Ministro das Finanças, Fernando Haddad (PT)evitou, nesta segunda-feira (27), estabelecer a posição do departamento sobre o debate sobre a tributação de compras internacionais de até US$ 50.
O fim da isenção para remessas internacionais desse valor consta de projeto atualmente em debate na Câmara dos Deputados. Caso o texto seja aprovado pelos parlamentares, poderá ser vetado, total ou parcialmente, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Baixe uma lista de 11 ações Small Caps que, na opinião de especialistas, têm potencial de crescimento nos próximos meses e anos
Continua após a publicidade
Questionado por jornalistas se o melhor caminho seria o Congresso Nacional tratar do assunto em um projeto de lei separado da proposta do programa Mover, Haddad respondeu que o mais importante é que o debate esteja “estabelecido”.
“Não tenho conhecimento das últimas negociações com o Congresso. Acompanhei até semana passada mas não conversei depois, nem com o relator, nem com os líderes”, afirmou o ministro.
“Mais importante é que as pessoas começaram a debater. Este problema só vem piorando há 5 anos. Hoje, pelo menos, há um debate consolidado no Congresso, no STF… As confederações estão mobilizadas. É importante saber o que está a acontecer com repercussões na economia, para tomar a melhor decisão. Evidentemente, envolvendo a Presidência da República”, continuou Haddad.
Continua após a publicidade
Leia também:
Na semana passada, Lula afirmou que a tendência era vetar a devolução do imposto de importação para essas compras, caso fosse aprovado pelo Congresso. Lula disse ainda que está aberto a negociações sobre o tema.
Questionado se o Tesouro teria a mesma posição, Haddad afirmou que a orientação do ministério é “fazer o debate acontecer”.
Continua após a publicidade
“Ele [Lula] é o Presidente da República. A orientação do Tesouro é fazer com que o debate aconteça. Não pode ser responsabilidade de uma só pessoa, é um assunto que está polarizado, e o que nos importa é que o debate técnico seja estabelecido para fazer o que é melhor para o país. É um assunto que acabará sendo discutido por mais de um ator para chegar a um denominador comum”, finalizou o ministro.
A princípio, o projeto que trata do imposto sobre compras internacionais de até US$ 50 seria votado na última quarta-feira (22), mas houve adiamento a pedido do governo. O Executivo solicitou que o texto não fosse incluído no projeto de lei que institui o Programa de Mobilidade e Inovação Verde (Mover).
A isenção para compras internacionais vem causando descontentamento nos setores varejistas brasileiros, que alegam desequilíbrio na concorrência com empresas como Shopee, Shein e AliExpress.
Continua após a publicidade
(Com Conteúdo do Estadão)