O governo federal prepara para a próxima semana o anúncio de uma linha de crédito destinada a grandes empresas afetadas pela tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul. O número ainda não está finalizado, mas segundo integrantes do Ministério da Fazenda pode “ultrapassar R$ 10 bilhões”.
A informação foi publicada pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmado por Estadão. A previsão é que o anúncio seja feito nesta segunda-feira, 27, pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento e Indústria. A ideia é atender grandes empresas do setor industrial e do agronegócio, que não haviam sido incluídas nas primeiras medidas de crédito anunciadas pelo governo há 15 dias.
O operador deste novo financiamento será o BNDES, que receberá recursos da União para oferecer taxas de juros inferiores às praticadas no mercado. Neste caso, não haverá garantia do Tesouro, uma vez que a avaliação do Tesouro é que estas grandes empresas têm apoio de garantia e a assistência será dada através da redução do custo do financiamento.
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Será editada medida provisória para facilitar o repasse de recursos ao BNDES e, segundo membro da equipe do ministro Fernando Haddad, a despesa não será contabilizada para cumprimento da meta de resultado primário.
A equipe econômica espera concluir a primeira etapa do auxílio às empresas e pessoas físicas atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul, tendo controle sobre o custo das medidas de auxílio.
O governo já havia anunciado crédito para pequenas e médias empresas. Estas linhas, que têm garantia do Tesouro, ficaram prontas para funcionar esta sexta-feira, dia 24, com a adaptação do sistema bancário e formação de quadros. A expectativa é que seja operado principalmente pela Caixa Econômica e pelo Banco do Brasil.
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O Tesouro também elaborou o Vale da Reconstrução, que terá custo inicial estimado em R$ 500 milhões, e propôs congelar a dívida do Estado por três anos. Além disso, a Receita Federal suspendeu por um mês a cobrança de tributos das empresas atingidas. Houve também antecipação de INSS e liberação de FGTS.
Mesmo sendo urgente ajudar o Estado, o entendimento da equipe econômica é que as ações devem ser desenvolvidas passo a passo e com cautela para não causar danos duradouros às contas públicas.
No início da crise foram levantadas ideias como a criação do auxílio emergencial e até o perdão de toda a dívida do Rio Grande do Sul, mas caíram no esquecimento com a criação de soluções alternativas propostas pelo Tesouro.
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