Além do Bitcoin (BTC) e do Ethereum (ETH), que tendem a ganhar espaço no noticiário devido aos lançamentos, atualizações e movimentos de preços de ETF (fundos de índice), outra criptomoeda tem chamado a atenção do mercado nos últimos meses: o Toncoin (TON) , conhecida como “criptomoeda do Telegram”.
O projeto ganhou esse apelido porque começou a ser desenvolvido por Pavel Durov, CEO do serviço de mensagens instantâneas, em 2018. Dois anos depois, porém, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) voltou sua visão regulatória para a criptografia, alegando que a venda de ativos por meio do aplicativo configuraria oferta pública, sujeita a autorização.
Para não deixar a TON morrer, desenvolvedores independentes formaram uma comunidade descentralizada chamada The Open Network, e assumiram o controle da Toncoin, sem a participação do Telegram, o que tirou o ativo da visão do regulador. Funcionou. Desde então, a criptomoeda se fortaleceu, foi listada em diversas exchanges e atraiu investimentos.
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A Pantera Capital, gestora com 5,2 mil milhões de dólares em ativos sob gestão, anunciou este mês que fez a sua maior contribuição de sempre para o projeto. “Acreditamos que a TON tem a capacidade de apresentar o setor de criptografia às massas porque é amplamente utilizado na rede Telegram”, disseram. O valor não foi revelado, mas foi suficiente para impulsionar os preços. Desde então, o criptoativo subiu mais de 10%, atingindo um aumento de 188% nos últimos três meses, contra apenas 31% do Bitcoin e 29% do Ethereum na mesma janela.
O que diferencia o Toncoin de outros projetos?
Em termos técnicos, Toncoin usa um “multicadeia”(várias cordas) e fragmentação (fragmentação da rede). Na prática, isso significa que ela é composta por diversas blockchains que operam em paralelo. Em teoria, esta abordagem permite uma maior capacidade de crescimento sustentável, uma vez que a carga das transações pode ser distribuída por múltiplas cadeias.
“Eles afirmam que seu blockchain é muito mais rápido e escalável no sentido de que pode processar muito mais transações por segundo, e isso é perfeito para casos de uso como jogos, microtransações e coisas assim. Mas isso ainda precisa ser testado na prática”, afirma Rony Szuster, analista da MB Research.
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Segundo o especialista, existem muitos novos blockchains que prometem ser mais rápidos, mais rápidos e mais baratos, mas no final eles não cumprem o que prometem. “O interessante é que pelo menos essa ideia de arquitetura escalável via shardings poderia realmente dar resultados muito bons. E é por isso que a TON também tem valorizado nos últimos tempos, impulsionada também pela própria comunidade do Telegram”, disse.
Recentemente, um jogo chamado Notcoin, que foi desenvolvido no aplicativo de mensagens e tem 35 milhões de usuários, lançou uma criptomoeda de mesmo nome no Toncoin. Ó lançamento aéreo (distribuição gratuita de criptomoedas) do token gerou US$ 1 bilhão em volume de negociação no dia seguinte ao lançamento, servindo também como um catalisador positivo para o projeto.
Vale a pena investir? Quais são os riscos?
Investir em criptomoeda é sempre arriscado. Os analistas costumam dizer que é recomendado destinar apenas aquele dinheiro para ativos digitais que não serão usados para comprar o pão de cada dia – ou seja, que podem ser perdidos.
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“Como qualquer outro criptoativo, o Toncoin também pode apresentar riscos inerentes ao investimento em renda variável, como riscos sistêmicos, operacionais, regulatórios, de infraestrutura, entre outros”, afirma Ana de Mattos, analista técnica e trader sócia da Ripio.
Do ponto de vista fundamentalista, o projeto continua crescendo: no mês passado, anunciou uma parceria com a Tether para permitir pagamentos no Telegram no “dólar digital” USDT.
Na análise técnica, segundo Ana, os gráficos indicam um cenário positivo. Após atingir sua máxima de US$ 7,50 no dia 13 de maio, a TON trabalha em um movimento corretivo descendente para buscar suportes de curto e médio prazo, que estão nas regiões de liquidez de US$ 6,12 e US$ 5,60.
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“Apesar da estrutura do movimento corretivo de curto prazo, quando analisamos horários de gráficos maiores, como diário e semanal, vemos que a força compradora ainda prevalece, sugerindo alta no longo prazo. Ao traçar uma expansão de Fibonacci na última etapa ascendente do gráfico diário, vemos que o preço da TON poderia atingir o primeiro nível da expansão em US$ 8,89, se o ativo continuar sua ascensão com muito fluxo de compradores.”