Quase três meses após o desaparecimento da advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 54 anos, a Polícia Civil ainda não tem pistas sobre seu paradeiro. Quatro suspeitos já foram presos, mas negam qualquer envolvimento. Anic desapareceu no final da manhã do dia 29 de fevereiro, pouco depois de sair a pé de um shopping em Petrópolis, na região serrana do Rio.
Os pesquisadores trabalham com diferentes hipóteses. A principal linha de investigação é que o advogado foi sequestrado por Lourival Correa Netto Fadiga, homem de confiança da família. Lourival e outras três pessoas estão presas desde março, acusadas de extorsão por meio de sequestro.
Quem é Anic de Almeida Peixoto Herdy
A advogada e estudante de Psicologia é casada há duas décadas com Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos. Benjamin é herdeiro de uma família proprietária de um importante grupo educacional no Rio. O casal mora em Petrópolis, na serra do Rio de Janeiro.
Quando ela foi vista pela última vez
Imagens do circuito de monitoramento de um shopping de Petrópolis mostram o momento em que Anic estaciona o carro no estacionamento. Também é possível ver que ela troca mensagens no celular. Minutos depois, uma câmera do lado de fora do shopping captura o advogado atravessando uma rua. Depois disso, ela não foi vista novamente.
Pagamento de resgate
No mesmo dia do desaparecimento de Anic, Benjamin Cordeiro Herdy recebeu mensagens de um dos celulares utilizados pela mulher. Os textos exigiam o pagamento de um resgate no valor de R$ 4,6 milhões. As mensagens também alertavam que a casa da família estava sendo monitorada em tempo real e que ninguém deveria chamar a polícia. O resgate exigido pelos sequestradores foi pago nos dias seguintes, através de transferências bancárias e saques em dinheiro.
Quando a polícia foi chamada
A Polícia Civil de Petrópolis só foi acionada duas semanas após o desaparecimento. A essa altura, o resgate já havia sido pago. Os agentes foram informados do desaparecimento após denúncia de uma filha, que gravou uma conversa entre Benjamin e Lourival.
Como a polícia chegou ao acusado
Os investigadores tiveram acesso aos telefones de todos os envolvidos e cruzaram dados de localização desde o dia do sequestro e do pagamento dos resgates. Como mostra o Fantástico, da TV Globo, foi possível comprovar que Lourival não estava em uma favela para supostamente pagar os criminosos – mas sim em uma concessionária na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Lá, comprou uma caminhonete avaliada em R$ 500 mil e uma moto. Ele também adquiriu 950 celulares, que foram levados para uma loja da família.
Quem são os acusados
A investigação da Polícia Civil do Rio indiciou quatro pessoas. Lourival Correa Netto Fadiga é acusado de ser o mandante do crime. Além deles, um casal de filhos e uma mulher, que seria amante de Lourival, também respondem como cúmplices. Os filhos estavam na concessionária com o pai, e a mulher ainda viajou para Foz do Iguaçu, no Paraná, para resolver questões relacionadas à aquisição de celulares. Os três também teriam ajudado a esconder os valores do resgate.
A CNN tenta entrar em contato com a defesa do acusado.
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