Segundo análise do Instituto Todos Pela Saúde (ITpS), 34,5% do total de exames de dengue realizados entre os dias 5 e 11 de maio apresentaram resultados positivos. Na análise semanal, esta percentagem de positividade é a mais elevada alguma vez registada nos últimos dois anos. Para se ter uma ideia, no mesmo período de 2023, o pico de positividade foi de 26%, e em 2022, de 20,5%. Os dados foram obtidos de aproximadamente 500 mil exames diagnósticos realizados entre maio de 2022 e maio de 2024 pelos laboratórios Fleury, Hilab, HLAGyn, Hospital Israelita Albert Einstein e Albert Sabin.
Este é o segundo aumento de casos positivos de dengue em 2024. O primeiro ocorreu na primeira semana do ano, de 31 de dezembro de 2023 a 6 de janeiro de 2024, e as taxas permaneceram elevadas durante todo o mês. Esta tendência contrasta com a observada em anos anteriores. Em 2023, o pico de positividade no primeiro semestre, chegando a 23%, ocorreu na semana epidemiológica 15 (9 a 15 de abril), enquanto em 2022, o maior percentual, de 32%, foi registrado na semana epidemiológica 16 (abril 17 a 23). De abril).
Perfil dos casos positivos
Na semana encerrada em 11 de maio, os Estados apresentaram diferentes índices de positividade para dengue. O Paraná liderou com 41%, seguido por Goiás e São Paulo, ambos com 38%. Minas Gerais registrou 30%, enquanto o Rio Grande do Sul teve 29% e o Distrito Federal 21%. Mato Grosso ficou com 5%. Segundo o ITpS, os demais Estados não forneceram dados suficientes para análise individual, mas a participação no estudo foi relevante para se ter uma visão mais abrangente da situação da doença em todo o território nacional.
No que diz respeito às faixas etárias, o estudo destaca que os idosos são responsáveis pela maioria dos resultados positivos nos testes realizados no período de pico, representando 47% do total. Por outro lado, entre as crianças menores de 10 anos observam-se taxas mais baixas, com 11% de resultados positivos para as de 0 a 4 anos e 24% para as de 5 a 9 anos.
Segundo o virologista Anderson Brito, pesquisador do ITpS e coordenador de relatórios de monitoramento, os dados indicam que os surtos de dengue ainda serão motivo de atenção no próximo mês. “Dados os níveis recordes de positividade relatados, superiores a 35% em alguns estados brasileiros e em diferentes faixas etárias, os surtos de dengue observados atualmente no país ainda serão motivo de atenção ao longo de junho”, disse Brito.
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