O Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL)entrou com pedido de revisão nesta quinta-feira (23) referente ao ajuizamento da ação contra o influenciador digital e YouTuber Filipe Netoaos 36 anos, pelo Ministério Público Federal (MPF).
Lira entrou em contato com a Câmara de Coordenação e Revisão do MPF. Em seu recurso, o parlamentar alega que Felipe Neto o ofendeu ao chamá-lo de “excremental” e ganhou engajamento nas redes sociais por conta do episódio.
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Segundo o presidente da Câmara, a alegada “prática criminosa tinha um verdadeiro propósito comercial”, porque as pesquisas pelo termo “excrementíssimo” nas redes sociais teriam aumentado.
“É claro que a tendência emergente de obter popularidade e envolvimento através de ofensas contra autoridades públicas, com o objectivo de lucrar com a rentabilização de opiniões e a realização de marketing deve ser interrompida. Nestes casos, não se pode evitar a aplicação de infrações penais que protejam a honra dos indivíduos, sob pena de incentivar esse tipo de comportamento prejudicial à democracia”, afirma a defesa de Lira.
“Conforme o próprio réu confirmou em suas publicações, mesmo 72 horas após o ocorrido, o episódio foi um dos temas mais comentados do Brasil, com enorme repercussão, o que aumentou ainda mais a vaidade do infrator e o dano ao ofendido” , diz o presidente da Câmara no pedido ao MPF.
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“Neste contexto, negar a acusação do processo criminal é uma decisão muito grave, pois equivaleria a incitar tal conduta criminosa, em particular, por parte de influenciadores digitais e outras figuras públicas, permitindo-lhes usar palavras ofensivas em exibições públicas com o objetivo de de não apenas denegrir o trabalho, mas de ofender pessoalmente, sob o pretexto de estar protegido pelo manto da liberdade de expressão e da flexibilização da ofensividade dos representantes políticos”, diz a petição.
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Lembre-se do caso
No mês passado, o presidente da Câmara acionou a Polícia Legislativa após ser chamado de “excremental” pelo YouTuber. A infração ocorreu durante a participação de Felipe em um seminário promovido pela Câmara que tinha como tema a regulamentação das plataformas digitais.
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Na ocasião, participando por videoconferência, Felipe Neto usou a palavra pejorativa contra Lira, em alusão ao tradicional termo “excelentíssimo”, comum nos meios político e jurídico.
No dia 17, o MPF solicitou o arquivamento do caso, entendendo não ter sido cometido nenhum crime. Segundo o parecer do órgão, “as palavras duras dirigidas ao deputado, embora constituam conduta moralmente reprovável, configuram um ato de mero impulso, um desabafo do investigado, sem real desejo de insulto ou de dano suficiente”.
“Excremental”
Ao participar do debate do projeto de Lei das Redes Sociais (PL), Felipe Neto indicou ser a favor da regulamentação e afirmou que as pessoas, em geral, “continuam acreditando na censura”. “Eles continuam acreditando que serão controlados e perderão o direito de dizer certas coisas. O que é preciso para mudarmos esse cenário? Precisamos nos comunicar mais. Precisamos conversar mais com o povo, convidar mais o povo a participar”, defendeu.
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Na sequência, o empresário criticou Arthur Lira. “Como fez brilhantemente o Marco Civil da Internet. Como era o PL 2630 [das Redes Sociais]que foi, infelizmente, esmagado pelo ‘excremental’ Arthur Lira”, disse Felipe.
O influenciador tem mais de 46 milhões de inscritos em seu canal no YouTube. Nas eleições de 2022, Felipe Neto declarou abertamente seu apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT)que derrotou o então presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno. No passado, porém, o YouTuber “explodiu” na internet criticando o PT e os governos de Lula e Dilma Rousseff. Recentemente, Felipe Neto afirmou que estava “errado” em sua avaliação e ainda pediu “perdão” a Dilma por propagar o “anti-PTismo”.