O presidente dos EUA, Joe Biden, recebeu nesta quinta-feira (23) o presidente queniano, William Ruto, na Casa Branca, para uma visita de estado, com ambos os líderes prometendo uma nova era de parceria em tecnologia e segurança.
Washington vê a visita como um passo importante para o aprofundamento das relações com as nações africanas, numa altura em que o foco de Washington tem sido as guerras na Ucrânia e em Gaza.
“Podemos estar divididos pela distância, mas estamos unidos pelos mesmos valores democráticos”, disse Biden, lembrando que os dois países celebram 60 anos de parceria.
“Hoje, ao iniciarmos a próxima década da nossa parceria, lançamos uma nova iniciativa para aproximar as empresas e as comunidades do nosso país”, disse ele.
Ruto respondeu: “Hoje, ao celebrarmos o nosso passado, estamos optimistas quanto ao nosso futuro. Ao realizar esta visita de estado, teremos a oportunidade de discutir e falar sobre a construção de parcerias e liderança globais.”
O presidente queniano chegou aos EUA na segunda-feira (20) e visitou Atlanta, na Geórgia, depois conversou com executivos na Casa Branca na quarta (22). Nesta quinta-feira (23), ele se encontrou em particular com Biden no Salão Oval, antes de uma coletiva de imprensa conjunta. À noite, ele participará de um jantar de Estado na Casa Branca.
A viagem de Ruto é a primeira visita de Estado de um presidente africano à Casa Branca desde 2008. Sucessivos governos dos EUA afirmaram querer oferecer uma alternativa mais sustentável e democrática às relações com os rivais dos EUA, China e Rússia, mas não conseguiram estabelecer laços reais.
O cenário político de África foi abalado no ano passado por uma série de golpes militares, guerras e eleições instáveis que deram à China e à Rússia maior influência. Biden espera fortalecer os laços com o Quénia, visto como um reduto democrático que pode ajudar a estabilizar o continente e promover os interesses dos EUA.
A Casa Branca disse que Biden também designaria o Quénia como um importante aliado não pertencente à OTAN, o primeiro país da África Subsaariana a receber a designação. Atualmente, Qatar, Israel e outros 16 países partilham esta designação.
Acordos de energia verde e saúde
Os líderes anunciarão novos investimentos apoiados pelos EUA em energia verde e produção de cuidados de saúde, juntamente com um plano detalhado para reduzir o elevado peso da dívida do Quénia, a maior parte da qual é devida à China, disse a Casa Branca.
Os Estados Unidos anunciarão 250 milhões de dólares em novos investimentos no Quénia através da US International Development Finance Corp, incluindo 180 milhões de dólares para um grande projecto de habitação a preços acessíveis, disse um funcionário do governo dos EUA num comunicado. Isto elevará a carteira da instituição financeira dos EUA no Quénia para quase 1,1 mil milhões de dólares. A corporação também abrirá um escritório no Quênia.
Os dois líderes também apelarão conjuntamente à comunidade internacional para que reduza o pesado fardo da dívida de muitos países em desenvolvimento e faça mais para apoiar os países pobres que desejam investir no desenvolvimento e nas tecnologias climáticas.
A crise humanitária no Haiti será outro foco importante. O plano do Quénia de enviar 1.000 oficiais paramilitares para o país caribenho como parte de um esforço apoiado pela ONU para conter a violência dos gangues e a fome foi adiado, disseram fontes à Reuters.
Nesta quarta-feira (23), Biden disse aos jornalistas que pretende visitar a África em fevereiro, após as eleições presidenciais dos EUA. Um anúncio que assume que o presidente democrata derrotará o seu adversário republicano, Donald Trump. Biden havia prometido fazer uma viagem à África em 2023.
Ruto será comemorado com um jantar à luz de 1.000 velas e um cardápio de sopa de tomate, lagosta escalfada na manteiga, costela de boi defumada e sobremesa de chocolate branco.
O cantor country Brad Paisley será a atração principal do jantar junto com o Howard University Gospel Choir, apreciado pelo presidente Ruto.
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