A Oncoclínicas (ONCO3) anunciou na última quarta-feira (22) que o conselho de administração da empresa aprovou aumento de capital de R$ 1,5 bilhão por meio da emissão de novas ações ordinárias via subscrição privada. A notícia foi bem recebida pelo mercado, fazendo com que as ações subissem mais de 18%: às 15h58 (horário de Brasília), os ganhos eram de 18,26%, a R$ 8,81.
Serão emitidas 115,3 milhões de ações ao preço de R$ 13 por ação, o que representa um prêmio de 74% sobre o preço de fechamento de ontem, de R$ 7,45.
O Banco Master será responsável pelo aporte de R$ 1 bilhão, cabendo ao acionista e CEO da Oncoclínicas, Bruno Lemos Ferrari, injetar os R$ 500 milhões restantes.
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Após a conclusão da operação, os fundos Quiron e Tessália administrados pelo Banco Master passarão a deter 12% da empresa. Porém, em matéria publicada pelo Brazil Journal, a participação de 6% comprada por um fundo chamado WNT nas últimas semanas foi atribuída ao Banco Master, o que supostamente elevaria o total para 18%. Se Bruno Ferrari subscrever a totalidade dos R$ 500 milhões, ele terá 8,5% da empresa. O Goldman Sachs, por sua vez, já indicou que não participará da transação, tendo sua participação diluída de 45% para 37%.
A operação visa, segundo a empresa, consolidar sua posição financeira e fortalecer sua estratégia de crescimento.
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O Bradesco BBI avalia a transação como positiva, pois a capitalização deve ajudar a aliviar as preocupações do mercado sobre a alavancagem e potencial excesso de uma oferta subsequente para captação de recursos.
O banco também destaca o prêmio significativo pago ao preço de mercado na capitalização e a forte recuperação esperada tanto no Ebitda quanto na geração de caixa implícita no guidance de alavancagem, após os recentes resultados fracos que levaram a ação a despencar de R$ 10,15 antes dos resultados do 4T23 em 27 de março aos atuais R$ 7,45.
Além disso, o BBI destaca que a Master terá um período de lock-up de longo prazo, reforçando seu investimento estratégico na empresa. Portanto, o banco reitera a recomendação de outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente a compra) e preço-alvo de R$ 11.
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O Itaú BBA acredita que o anúncio traz um grande alívio ao mercado, principalmente quando se considera o expressivo prêmio de 74% pago na transação, provocando hoje naturalmente uma reação positiva do mercado.
A equipa de research do BBA estima que a Oncoclínica deverá reduzir a sua alavancagem financeira de 4,3 vezes para 2,8 vezes (incluindo aquisições a pagar, excluindo ganhos) após a transação.
Na mesma linha do BBI, o Itaú BBA reitera rating equivalente a compra e preço alvo de R$ 23.
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O JPMorgan vê a transação como um acréscimo de 15% ao lucro por ação (EPS) em 2025 e, consequentemente, aumentou o preço-alvo de R$ 7 para R$ 8 ao final de 2024. O banco americano não acredita que acionistas minoritários participarão o aumento de capital, pois o preço supervaloriza a empresa nas suas estimativas.
Ainda assim, os analistas do JPMorgan esperam que as ações reajam positivamente ao anúncio, dado o aumento do EPS e o elevado interesse nas ações – 26,3 milhões de ações ou 12% do free float.
Apesar do anúncio positivo, o JPMorgan mantém uma recomendação neutra para as ações da Oncoclínicas, uma vez que ainda vê um risco-retorno equilibrado, dado o potencial limitado de subida do preço das ações e as persistentes tendências operacionais desafiadoras.