As idas e vindas do indisciplinado John Kennedy ganharam mais um capítulo dentro da Fluminense.
Depois de ficar afastado, mais uma vez, por problemas fora de campo, o jovem mais uma vez se destacou e deixou sua marca. Depois de mais de dois meses, o número 9 encontrou a rede.
Na vitória sobre SampaiÓ CorrerOnesta quarta-feira (22), no Maracanã, pela Copa do Brasil, John Kennedy marcou o segundo gol do triunfo e foi comemorado pelos companheirosdo técnico Fernando Diniz e do presidente Mário Bittencourt.
O lado humano é a principal preocupação dentro do clube. O retorno esportivo, por enquanto, ficou em segundo plano. Quando focado, o camisa 9 é uma peça diferente neste elenco. Mas a ideia é fazê-lo entender o legado que deixará.
“Mais uma oportunidade que a vida dá a ele e a nós. É muito difícil ser John Kennedy. Atrás dele existe uma história difícil e diferente, à qual você talvez não tenha acesso e para isso precisa conhecê-lo. Queremos sempre entrar em contato e tentar ajudar. É um relacionamento que tem muitas mãos amigas. O trabalho é pensado para proporcionar uma condição humana. Ele é uma pessoa que joga bola, não uma máquina. Eles também trazem de casa grandes fragilidades emocionais”, analisou Diniz, destacando os problemas de um cenário que pode ser comum à maioria dos atletas do Brasil:
“O futebol brasileiro está muito carente. O problema é mais social do que técnico, tático e físico. Há tantos que estão se perdendo. Queremos oferecer condições para que John Kennedy se reencontre e tenha uma vida como pessoa. Meu interesse é que ele atue e tenha vida”, completou.
Outro puxão de orelha
Além de Diniz, quem acompanha tudo de perto é o presidente do clube, Mário Bittencourt. O agente lembrou abertamente que o jogador é reincidente no que diz respeito à disciplina.
E tem o mesmo discurso de Fernando Diniz. O presidente tricolor acredita que o primeiro passo é a recuperação do ser humano, algo que vai além da instituição fluminense.
“Segunda ou terceira vez nós o abraçamos. Mas isso vem depois da apreensão que demos. Acho que foi amplamente compreendido pelas pessoas. Quando damos uma nova oportunidade a um jogador após um ato de indisciplina, estamos trabalhando muito mais para salvá-lo do que nos preocupando com a instituição. O Fluminense treinará outros jogadores como ele ao longo da história, como fez tantos outros. O mais importante é que ele possa ser exemplo para outros jovens e para os próprios filhos”, afirmou.
Segundo o presidente, o clube seguiu à risca a orientação correta para mostrar ao jovem que mais uma vez ele foi longe demais e errou. E espera que desta vez volte mais consciente do seu papel.
“Ficamos felizes que ele entendeu que o que passou é importante. Esperamos que continue assim. Isso é mais o que ele quer, do que sermos responsáveis pelo retorno. Fizemos o que tínhamos que fazer. Tivemos que mostrar a todos quem foi punido. O caso dele de reincidência foi mais grave, mas tratamos todos de forma igual”, garantiu.
Alegria de brincar
Evitando falar do passado, John Kennedy quis apenas comemorar seu reencontro com as emissoras. Desde 3 de março, na derrota para Botafogo no Campeonato Carioca, ele não sabia o que era marcar. Este ano, foi apenas o segundo gol.
“Muito feliz por ter voltado, por ter marcado o gol. Agora é hora de entrar em ação e continuar com a sequência de vitórias. Treinar para buscar os títulos que são nossos objetivos. A alegria nunca vai faltar, acho que é uma virtude muito forte minha. Continue com essa alegria”, comemorou.
O elenco do Fluminense tem três dias de folga e espera que John Kennedy se comporte e retorne na hora certa ao final do intervalo.
Em campo, o Tricolor Carioca recebe o Alianza Lima-PER, na quarta-feira (29), às 21h30 (horário de Brasília), no Maracanã, pela última rodada do Grupo A do Taça Libertadores.
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