A Petrobras (PETR4) pagou 20 vezes mais dividendos no primeiro trimestre de 2024, quando comparado ao mesmo período de 2023, mas não foi suficiente para ocupar o primeiro lugar entre os maiores pagadores da Bolsa de Valores brasileira. A petroleira estava por trás de uma velha conhecida de investidores com foco em lucro: a Vale (VALE3).
De acordo com a 42ª edição do Índice Global de Dividendos elaborado pelo gestor britânico Janus Henderson, divulgado nesta quinta-feira (23), a mineradora pagou US$ 2,48 bilhões aos seus acionistas entre janeiro e março deste ano, enquanto a Petrobras distribuiu US$ 2,03 bilhões.
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Ambas as empresas aumentaram o volume distribuído nos primeiros meses do ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Em 2023, a Vale fez um corte nos pagamentos que lhe custou a posição no ranking dos vinte maiores pagadores do mundo. A distribuição entre janeiro e março do ano passado foi de US$ 1,8 bilhão, 37,8% inferior à deste ano.
Já a Petrobras teve sua base de comparação anual entre trimestres prejudicada porque a pesquisa considera distribuição zero nos três primeiros meses do ano passado, porque o valor distribuído foi um remanescente do lucro de 2022. O gestor britânico classificou os pagamentos da estatal como “muito variáveis”, e mencionou a distribuição de dividendos extraordinários no início deste ano. Para o lar, o volume diminuirá nos próximos meses.
“No Brasil, a Petrobras paga dividendos em um cronograma tão variável que é impossível ajustar o impacto desses efeitos de calendário no total pago. Distribuiu 20 vezes mais no primeiro trimestre de 2024 do que no mesmo período de 2023, mas com base no que a empresa anunciou até agora, é provável que no primeiro semestre deste ano haja cerca de um quarto menos pago aos acionistas, ” diz o estudo.
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Nenhuma empresa brasileira entrou no ranking das 20 maiores pagadoras do mundo. A última vez que o Brasil teve posição de destaque foi em 2022, quando a Petrobras ficou em segundo lugar entre as maiores ganhadoras globais de dividendos.
Por outro lado, os pagamentos totais no Brasil, excluindo a Petrobras, aumentaram quase um quinto no primeiro trimestre de 2024. No total, os dividendos totalizaram US$ 6,53 bilhões no primeiro semestre do ano.
Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) distribuíram cerca de US$ 700 milhões. Os demais nomes da lista aparecem com valores bem inferiores. O caso do Bradesco foi outro que chamou a atenção do gestor. “O Banco Bradesco confundiu nosso conselho ao cortar seu dividendo regular, mas acrescentando um grande dividendo especial. A nossa metodologia padrão para calcular o crescimento global e subjacente considera ambos os números bastante enganadores”, refere o relatório do gestor.
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Maiores pagadores de dividendos no Brasil no 1º trimestre de 2024:
- Vale (VALE3): US$ 2.479.116.831.855
- Petrobras (PETR4): US$ 2.030.667.215.617
- Bradesco (BBDC4): US$ 736.279.341.249
- Banco do Brasil (BBAS3): US$ 725.395.849.711
- Suzano (SUZB3): US$ 314.755.610.287
- Weg (WEGE3): US$ 128.197.527.571
- B3 (B3SA3): US$ 116.491.549.316
Fonte: 42ª edição do Janus Henderson Global Dividend Index