A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (22) um projeto de lei que autoriza o reembolso de shows e outros eventos que foram cancelados em decorrência das chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul. O texto segue para o Senado.
A medida vale para eventos adiados e cancelados entre 7 de maio e 31 de dezembro deste ano.
Durante este período, as empresas serão obrigadas a:
- reagendar serviços, reservas e eventos adiados;
- fornecer crédito para utilização ou desconto na aquisição de outros serviços, reservas e eventos disponíveis no respectivo
empresas. - reembolsar os valores pagos, quando demonstrada capacidade financeira e a pedido do consumidor.
Qualquer operação não poderá resultar em taxas ou multas adicionais ao consumidor.
Em caso de reembolso, o fornecedor deverá devolver o valor referente ao evento em até 30 dias após a solicitação.
Se convertido em crédito, o consumidor poderá utilizá-lo até 31 de dezembro de 2025.
O texto prevê ainda que artistas, palestrantes ou outros profissionais que tenham sido contratados para eventos adiados ou cancelados não serão obrigados a reembolsar imediatamente os valores de serviços ou honorários, desde que as agendas sejam remarcadas.
Setor foi um dos mais impactados pelas chuvas
O setor de turismo e eventos foi um dos mais impactados pelas chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul.
Segundo o governador do estado, Eduardo Leite (PSDB), serão necessários cerca de R$ 1 bilhão só para recuperar o setor turístico do estado.
Segundo avaliação preliminar feita pelo governo do estado, 82% das empresas de turismo operam com operações reduzidas ou nenhuma operação. A pesquisa mostra que 72% das empresas do setor tiveram impacto no acesso aos projetos.
Outra dificuldade enfrentada pelo setor são os atrativos turísticos que foram danificados durante as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul. O relatório também mostrou que 53% dos atrativos públicos e 67% dos atrativos turísticos privados foram danificados pelas chuvas. Cerca de 62% dos eventos turísticos também foram afetados.
A cidade de Gramado, um dos principais atrativos turísticos do Rio Grande do Sul, deve ter um prejuízo de cerca de R$ 550 milhões até o final de julho caso as operações no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, não sejam retomadas.
Segundo o Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares da Região das Hortênsias (SindTur), em maio as perdas devem chegar a R$ 150 milhões. Outros R$ 400 milhões em perdas são esperados em junho e julho, meses de alta temporada na região.
Governador pede recursos federais
Em meio à crise no Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite pediu ao ministro do Turismo, Celso Sabino, recursos da ordem de R$ 1 bilhão do Fundo Geral do Turismo (Fungetur) para apoiar a atividade no estado. Até o momento, foram concedidos R$ 200 milhões em auxílio pelo governo federal.
Além de mais dinheiro, Leite pediu flexibilização nas regras do fundo, que é voltado especialmente para investimentos, como obras civis de implantação, ampliação e modernização. O estado quer que os recursos sejam usados também para fortalecer o caixa das empresas, a fim de amortecer os impactos das perdas em meio às chuvas.
O governo do Rio Grande do Sul também sugeriu ao ministério que os recursos do Fungetur também pudessem ser destinados a localidades que não estejam em estado de calamidade.
Na avaliação de Leite, a interrupção de estradas, aeroportos e outras estruturas rodoviárias estende os danos ao turismo a todo o seu território.
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